Astro Rei: jornalista lança livro sobre clube-empresa e afirma: ‘A forma de venda do Botafogo foi temerária’

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Foto: Vítor Silva / Botafogo
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Pedro Medeiros*

Na edição desta semana da coluna “Astro Rei”, conversei com o jornalista Irlan Simões, que está lançando um livro com abordagens críticas a respeito da ideia de clube-empresa, assunto intimamente ligado ao atual momento do Botafogo.

Entre as ideias da publicação, composta com exemplos estrangeiros, relatos de torcedores, artigos de estudiosos e projeções de como pode vir a ser a implantação de uma S/A aqui no país, Simões defende que os clubes continuem pertencendo às associações e vejam possíveis investidores como parceiros, não como donos.

— Associações podem ser aprimoradas, até por exigencia do parceiro — defende ele, que completa — o que no Brasil se torna mais difícil pela tradição nefasta de clubes extremamente fechados e restritos.

O autor diz entender perfeitamente quem diz que uma SAF é a única saída para Botafogo, Cruzeiro ou Vasco, em gravíssima crise financeira. Contudo, ele atenta para um ponto que pode ser perigoso para os clubes.

A forma de venda foi temerária. 90% é muita coisa. Nunca se sabe o que pode o ocorrer ao grupo que comprou o clube. E se algum negócio deles quebra, se envolvem em alguma fraude ou escândalo de corrupção? E se, por exemplo, no caso do Botafogo, John Textor simplesmente desiste e vende a parte dele para o primeiro que aparecer? — questiona.

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De forma mais cautelosa

A coluna questionou, no entanto, como um clube com mais de um bilhão de reais em dívidas pode se reestruturar sem o aporte advindo de sua venda. Irlan explica que a venda de quase a totalidade do clube para um único comprador, como é o caso do Alvinegro e do Cruzeiro, vai no sentido contrário da desejada “salvação”.

— Primeiramente, talvez fosse o caso das associações planejarem a venda de forma mais cautelosa. Isso porque ação se valoriza a depender das circunstâncias. Se, ao invés de 90%, o clube vendesse 50% e entregasse o controle, eu acredito que entraria mais dinheiro e valorizaria o capital. Com isso, deixando o resto das ações para serem negociadas em momento mais propício — afirma.

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*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Fogo na Rede.

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Sobre Pedro Medeiros 130 Artigos
Jornalista, 27 anos. Formado em Comunicação Social - Jornalismo pela UFF. Trabalhou em redações, como BandNews FM, Jornal do Brasil e O Globo. Hoje, é setorista independente.

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