Colunista do UOL, Danilo Lavieri criticou a contratação de Memphis Depay pelo Corinthians (por cerca de R$ 70 milhões) e usou como exemplo para sustentar a urgência de fair play financeiro no futebol brasileiro. O jornalista fez questão de destacar o Botafogo, segundo o qual, se posicionou como “vítima de perseguição” neste tema.
Embora o Botafogo não esteja especificamente acusando ou reclamando de outras equipes – sendo até alvo de críticas de rivais e da mídia – o jornalista acredita que o clube se faz de vítima.
– É algo bastante trivial em qualquer campeonato mais organizado de elite regras financeiras que impediriam essa operação. Nos últimos dias o Botafogo se colocou como uma grande vítima de perseguição por causa do tema, mas a chegada do holandês no Timão é outro que escancara a urgência de regulamentação nesse sentido no país – escreveu Danilo Lavieri, no “UOL”.
– Como pode uma equipe que não tem seus compromissos em dia estar firmando um acordo com um jogador desse nível? É justo com o Cuiabá que não recebe o pagamento por Raniele em dia ver o seu concorrente direto contra o rebaixamento se reforçando? É justo com quem prestou serviços ao time e não recebeu o combinado? – questionou.
‘Doping financeiro’
Enfático, Danilo Lavieri chamou de ‘doping financeiro’ o investimento de patrocinadores e financiadores no futebol, casos de John Textor, dono da SAF Botafogo.
– Ainda que o dinheiro injetado seja de um patrocinador, não existe, em um campeonato, você permitir que uma equipe gaste sem estar com todos os seus outros compromissos em dia. É injusto com quem faz o certo, que é honrar de fato com os pagamentos. Isso é ou não é doping financeiro? – ponderou.
– Nos últimos tempos, o assunto fair play financeiro no Brasil tem virado debate por conta do Botafogo, que investe em contratações praticamente 100% do seu faturamento recorrente. Essa é outra prática que não é permitida em nenhum sistema de fair play financeiro europeu. Mas mais grave do que contratar com dinheiro que não está no seu faturamento é continuar no mercado sem pagar as parcelas de suas outras contas. É um escárnio – concluiu.
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