Essa afirmação deveria ser óbvia, mas, em se tratando de Botafogo, ela pode ter várias interpretações. A principal delas, no meu ponto de vista, é fazer justiça aos remanescentes de 2023, que, no geral, têm suas participações avaliadas de maneira equivocada e injusta. À exceção de Júnior Santos, que é um dos ídolos da torcida a partir de seus gols — principalmente na pré-Libertadores e antes de sua contusão — e também Marlon Freitas, que, com muita determinação e futebol, acabou se impondo como um dos principais jogadores do elenco de 2024. Os demais, em geral, têm uma avaliação muito injusta e unilateral por parte da torcida.
Primeiramente, é importante deixar claro que foram os remanescentes de 2023, com algumas contratações pontuais e jogadores que já estavam no elenco, mas se firmaram nesta temporada — como é o caso de Bastos e Barboza, que se tornou uma das melhores zagas do Brasil —, que cumpriram um papel fundamental para que pudéssemos chegar ao final mágico de 2024. Foram esses remanescentes, notadamente Danilo Barbosa, Tchê Tchê, Eduardo, Tiquinho, Marçal e Hugo, quando chamados, junto com as contratações pontuais já mencionadas, que foram responsáveis por atravessarmos não só a classificação na pré-Libertadores, mas também toda a fase de grupos.
O “quadrado mágico” (Luiz Henrique, Almada, Igor Jesus e Savarino) só começou a funcionar a partir das oitavas de final, no jogo contra o Palmeiras, até alcançarmos a Glória Eterna com a vitória sobre o Atlético Mineiro. Foi uma caminhada bastante importante.
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Importância dos remanescentes
Além do papel decisivo na Libertadores, os remanescentes de 2023 também foram fundamentais no Campeonato Brasileiro para que chegássemos ao título, que não conquistávamos há 29 anos. O primeiro turno foi praticamente garantido por eles, que mantiveram o time em posição de liderança até que os reforços da segunda janela se encaixassem e o time deslanchasse.
Essa é uma verdade incontestável: foram os remanescentes de 2023 que atravessaram todo o primeiro turno do Campeonato Brasileiro, a pré-Libertadores e a fase de grupos. Nas quartas de final contra o São Paulo, na disputa de pênaltis, três cobranças foram convertidas por remanescentes de 2023: Danilo Barbosa, Tchê Tchê e Marçal. Enquanto isso, medalhões adversários, como Lucas e Carelli, desperdiçaram suas cobranças para nossa alegria e desespero dos oponentes.
Não reconhecer o impacto dos gols de Tiquinho contra o Palmeiras, suas assistências para Júnior Santos, as vezes que Danilo Barbosa foi deslocado para a zaga devido à falta de confiança em Lucas Halter, que não vingou, e Pablo, que pouco jogou, é injusto. Eduardo, com seus golaços, como os feitos contra o Vasco, e tantos outros jogadores remanescentes de 2023 foram essenciais para que conquistássemos os dois títulos em 2024.
Ignorar isso é ter uma visão unilateral, míope e injusta, porque eles desempenharam um grande papel.
Por fim, gostaria de dizer algo que pode incomodar ainda mais: foram os “pipoqueiros” de 2023 que proporcionaram um primeiro turno mágico, reacendendo nossos sonhos de título e tornando-o palpável. Essa fase foi tão marcante que sua lembrança causa revolta e frustração com a queda do time na reta final daquele campeonato. Apesar disso, foi esse elenco de 2023 que classificou o time para a pré-Libertadores de 2024.
Foi essa classificação que nos levou à final contra o Atlético Mineiro, à invasão de Buenos Aires e à conquista da Glória Eterna. Além disso, pavimentou um ano mágico, no qual também conquistamos o Campeonato Brasileiro.
Feliz 2025!
Assim, gostaria de desejar um Feliz 2025 a todos os botafoguenses e agradecer a todos que contribuíram para essas conquistas, incluindo todo o elenco de 2023, que permitiu que chegássemos ao sucesso em 2024.
Jogadores como Luiz Henrique, Almada, Igor Jesus, Savarino, John, Marlon Freitas, Júnior Santos, Gregore, Bastos, Barboza, Cuiabano, Alex Telles, Vitinho, Mateo Ponte e Artur Jorge (sua saída é um assunto para outro momento) foram grandes heróis. Vamos comemorar, mas fazendo justiça a quem merece!
QUE VENHAM MAIS CONQUISTAS EM 2025!
Cyro Garcia é presidente do PSTU-RJ, ex-bancário, historiador, professor e político.
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