Publicada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Medida Provisória permanece no centro do debate esportivo. Batizada de ‘MP do Flamengo’, concede às equipes os direitos de transmissão das partidas das quais são mandantes. O Botafogo, favorável ao amplo debate sobre o tema, não assinou o manifesto de 16 clubes da Série A em apoio à medida.
Para o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), a edição da MP é motivo de preocupação. Segundo o parlamentar, do jeito que está, a medida representa um passo para prejudicar o futebol brasileiro.
— Vejo com muita preocupação a edição da MP dos direitos de transmissão. Ela foi um passo importante, mas se ficar do jeito que está, vamos dar um outro passo para prejudicar o futebol brasileiro. É bom garantir os direitos de transmissão, é assim no mundo inteiro. Mas é no mundo inteiro também a negociação coletiva. A negociação individual a gente só vê em Portugal que, não à toa, tem a maior diferença entre o Benfica e os demais clubes. Se você olhar o modelo europeu, americano, são ligas com negociação coletivas. Por isso são bem sucedidas. Não podemos seguir os modelos errados – disse em live.
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Pedro Paulo aponta ainda a politização da medida, batizada de ‘MP do Flamengo’, por ter sido publicada em meio à guerra do rubro-negro com a TV Globo.
— Esse debate é importante, mas está politizado. O instrumento de decisão foi via medida provisória, no meio de uma guerra do Flamengo contra a Globo. Temos que sair dessa discussão, do calor dessa guerra entre eles e olhar o futebol no médio e longo prazos.
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Posição do Botafogo
O Botafogo acredita que a Medida Provisória possa ser interessante aos clubes. Mas, tal qual Pedro Paulo, defende ajustes no texto. Para isso, o Clube propõe criar um grupo para discutir a mudança.
— Pode ser interessante para os clubes, mas tem que ser discutida. Não pode ser levada para apenas um clube. Em geral, isso pode ser um fator multiplicador de receita para os clubes. Pode criar uma certa independência. A nossa posição é de criar um pool coletivo que discuta isso, que seja um coletivo. O Flamengo não propôs ao presidente (Jair) Bolsonaro pensando nos outros, mas somente nele. Nós vamos aos deputados, ao Rodrigo Maia, para propor algumas mudanças para que a medida seja aperfeiçoada. Não queremos ter confronto com a Rede Globo, muito pelo contrário – disse Ricardo Rotenberg, vice comercial do Botafogo.
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Cautela justificada
A precaução do Botafogo ao abordar o tema da MP do Flamengo pode ser entendida pela dependência do Clube nas receitas da televisão. O último balanço divulgado mostrou que quase 50% das receitas do Botafogo são oriundas dos direitos de transmissão e cotas de TV da Rede Globo.
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