por Diego Mesquita
Desde os 12 anos na arquibancada, sempre admirei um traço em particular da torcida do Botafogo — da qual faço parte, naturalmente: a capacidade crítica. Não raras foram as vezes que voltava do Maracanã, ainda criança, observando os acalorados debates em alto nível no metrô, no caminho de volta para casa.
Pudera. Afinal, torço para o Botafogo de Saldanha, Armando Nogueira, Roberto Porto, Luiz Mendes, Vinicius de Moraes.
Passados 21 anos, no entanto, percebo lamentavelmente que este traço se esvai. Pouco a pouco. Agora, boa parte do debate se arvora em teorias da conspiração e análises simplórias.
O momento, porém, exige um resgate às nossas origens. Às vésperas de se tornar S/A, o Botafogo merece um debate para além do raso, depois da arrebentação.
Vale notar, portanto, que um dos principais reforços do Alvinegro nesta nova realidade pôs a serviço do Clube — tão-somente por gratidão — toda sua capacidade profissional para contribuir: Paulo Autuori.
Ainda que visivelmente desconfortável no cargo que por ora ocupa, Autuori entrega o esperado: um Botafogo competitivo com muito pouco ou quase nada.
Autuori é como Seedorf no Botafogo em 2013. Um profissional cuja presença, por si só, obriga que todos à sua volta cresçam, visitem o profundo. Sob profissionais como estes, não cabem mais análises simples e por consequência equivocadas. É preciso ir além, revisitar nossa origem crítica, sob pena de repetir chavões desgastados do futebol.
Nunca fomos mais do mesmo. Portanto, fomos e somos melhores do que estamos. Afinal, somos diferentes ou não?
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Foto: Vítor Silva / Botafogo
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