Fala, Torcedor – Presente de grego: Botafogo decepciona no seu aniversário

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Foto: André Oito / Operário

117 anos de aniversário do Clube, time vindo de quatro triunfos consecutivos e o adversário com dez desfalques. Tudo para ser uma noite tranquila e comemorativa para celebrarmos mais uma vitória, certo? Errado. Pois, com o Botafogo, já sabemos que o “fácil” nem sempre quer dizer alguma coisa. Mais uma vez, o Alvinegro “botafogueou” na data de fundação do futebol do Clube. Aliás, assim como no 1×1 em 2018 contra o Paraná, em empate com sabor de derrota.

Apesar da chuva forte que caiu em Ponta Grossa ter deixado o campo muito molhado e o jogo mais pegado, o Glorioso foi superior ao Operário durante toda a partida. O Alvinegro teve muito mais posse de bola (36% x 64%), e uma maior quantidade de finalizações (12 x 15) e de chutes a gol (3 x 5).

O jogo começou muito veloz e com boas chances para ambos os lados. Com apenas 30 segundos, Paulo Sérgio arriscou de fora da área e obrigou o goleiro Diego Loureiro a espalmar para escanteio. Aos 2, foi a vez de Navarro desviar um bom cruzamento de Guilherme Santos e obrigar Simão a realizar a primeira de algumas importantes defesas que realizou na partida. Aos 7, Daniel Borges deu espaço para Thomaz cruzar. Diego errou o tempo de bola e Gilvan deixou o artilheiro Paulo Sérgio livre para completar de cabeça para o fundo das redes.

Em um momento onde o Botafogo era melhor na partida, impondo um ritmo intenso, com trocas de passes rápidas, e buscando a profundidade pelos lados do campo, foi a equipe paranaense que abriu o placar.

Um ponto interessante a se observar da equipe durante todo a partida foi a marcação em bloco alto. Linha de defesa no meio de campo, os meio-campistas na intermediária e os atacantes praticamente dentro da área adversária. Assim, o Glorioso conseguiu trabalhar as jogadas com mais tranquilidade antes do gol, já que encurralava o adversário dentro de seu campo. Sem sofrer uma marcação tão forte e encaixada.

A partir daí o Operário deixou a partida ainda mais pegada que já estava. O rival apertou a marcação principalmente com seus meias e atacantes, forçando o erro na saída de bola errada do Botafogo. Com isso, ganhou muitas disputas na faixa central do campo.

Em muitas ocasiões os defensores alvinegros tentaram realizar lançamentos sem muito espaço. Com isso, entregaram a bola de volta para o adversário. A falta de combatividade do Alvinegro no meio resultou em muitas perdas de disputas e sobras de bola. Algumas aliás até sucedendo-se em alguns chutes de fora da área do time de Ponta Grossa. Mas sem nenhum perigo.

O Botafogo só voltou a sofrer na primeira etapa aos 22 minutos. Após cobrança de escanteio de Rafael Longuine, Rodrigo Pimpão tocou para o meio da área. Diego segurou em dois tempos e evitou que a bola chegasse até Thomaz, livre para concluir.

Posteriormente foi a vez da equipe de General Severiano criar duas boas oportunidades. Marco Antônio acertou o travessão meio que “sem querer” em um cruzamento aos 34 minutos. Depois, Diego Gonçalves obrigou o goleiro Simão a espalmar aos 36.

Na base do abafa, o Botafogo pressionou no último lance do primeiro tempo em cobrança de escanteio cobrada por Pedro Castro e desviada por Diego Gonçalves. Simão fez milagre. Logo em seguida Oyama finalizou de longe e a bola passou rente à trave.

No segundo tempo, o Alvinegro também iniciou com um ritmo interessante, continuando a impor velocidade nas jogadas e buscando a definição o mais rápido possível. Enderson parece ter ligado o alerta na equipe no vestiário e pedido mais aceleração.

Mas isso foi bem no começo. Isso porque depois o Operário conseguiu diminuir o ritmo do jogo ao forjar vários jogadores a caírem no chão e demorando demais para repor a bola em jogo. Em virtude disso, o segundo tempo todo foi bem menos movimentado. A chuva forte também atrapalhou ainda mais. Fez, por exemplo, com que ambos os lados errassem diversos passes, perdessem o tempo de bola, e realizassem um alto número de faltas (18 x 16 no total).

O Operário também diminuiu a intensidade da pressão pós-perda nos 45 minutos finais. Com isso, o Botafogo teve ainda mais a bola e pôde trocar passes com mais tranquilidade. No entanto, o Alvinegro teve uma imensa dificuldade em ser produtivo e quase não criou oportunidades de gol.

As duas chances de perigo do adversário na segunda etapa foram em bela tabela de Tomaz com Pimpão aos 26 minutos – em que Gilvan travou na hora exata e salvou o gol adversário. E na ótima defesa de Diego Loureiro cara a cara com Schumacher já no fim da partida.

Jogando no campo de ataque, mas com dificuldades de passar pela retranca adversária, o Botafogo só teve duas grandes chances na base do “abafa”. A primeira em pênalti não marcado (para variar) na cabeçada de Gilvan após cobrança de falta de Felipe Ferreira. E a segunda em mais um chute de fora da área de Diego Goncalves em que Simão evitou novamente o gol de empate.

Enderson mexe mal

O Botafogo ficou praticamente sem meio-campo depois da saída de Luís Oyama – aliás, o melhor do Glorioso na partida. A equipe forçou diversos lançamentos e por isso sofreu para chegar com perigo à meta adversária. Enderson também mexeu mal quando em vez de colocar Warley e Ênio pelas pontas para dar um ímpeto ofensivo maior, mais velocidade e um 1×1 com mais qualidade, decidiu insistir demais com Rafael Moura e Matheus Nascimento na disputa pelo alto.

A ideia era que fizessem a conclusão ou que ganhassem a primeira bola e desviassem para os companheiros que faziam a ultrapassagem. Mas isso acabou não tendo nenhuma efetividade. Já no final da etapa complementar, a equipe passou a abusar ainda mais dos cruzamentos na área, povoando-a com no mínimo três jogadores e cruzando de longa distância. Mas também não levou perigo.

Pedro Castro e Barreto injustificáveis

O que Pedro Castro e Barreto ainda fazem no time titular? O primeiro, exceção do jogo contra o Remo, parece nem estar jogando a Série B. Escolhido para fazer a função de Chay, estava completamente sumido em campo. Ficou praticamente colado no Navarro, se movimentando muito pouco – parecia até perdido e não criou absolutamente nada. A carência com o nosso camisa 14 é notória. Faltou bastante poder de criação à equipe.

O segundo escuto muito de alguns torcedores: “ah ele é bom defensivamente, desarma muito”. Desarma quem? A bola e os jogadores passam por ele com uma facilidade absurda. É um jogador pesado e que não consegue acompanhar ninguém na corrida ou até mesmo cobrir espaços na maioria das vezes.

Agora é levantar a cabeça e partir para mais uma “final”. Essa derrota não é motivo de desespero. Vínhamos de uma excelente sequência de vitórias nas quais fomos superiores aos adversários. Além disso, a equipe apresentou bons desempenhos diante das circunstâncias (exceção feita ao jogo contra o Confiança).

Domingo enfrentaremos o lanterna da competição dentro de nossa casa. Por isso, a vitória é o único resultado admissível. Aliás, obrigação é terminar o primeiro turno com no mínimo mais quatro pontos nesses próximos dois jogos.

Gustavo Santos, 18: estudante e torcedor do Botafogo do Rio de Janeiro/RJ.


*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Fogo na Rede.

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