No dia seguinte ao empate entre Botafogo e Coritiba, o comentarista Francisco Aiello tentou explicar mais um vexame do Alvinegro na reta final do Campeonato Brasileiro. O jornalista, no entanto, admitiu que faltam palavras para descrever o que tem visto.
— Eu não tenho mais palavras no meu vocabulário. Inacreditável, impossível, surreal. É um time muito pressionado dentro de campo. O Botafogo perdeu confiança e qualidade. A falta de qualidade veio atrelada à falta de confiança. É impressionante. Cada finalização bizarra do Botafogo. Gente, o Adryelson foi jogador convocado com todo mérito. O jogo do Adryelson ontem foi horroroso. Totalmente inseguro. Então, como o Botafogo simplesmente derreteu, se dissolveu no Campeonato – declarou.
O Botafogo volta a campo contra o Cruzeiro, domingo, 3, às 18h30, no Estádio Nilton Santos, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro.
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NÃO ESTRANGULEM OS OPERÁRIOS
É crucial manter a serenidade neste momento de angústia, pois os jogadores foram submetidos a uma bolha de tensão desproporcional, impondo um peso brutal e desumano sobre eles. Vamos abordar alguns pontos importantes:
A) A diretoria de futebol do clube, em conjunto com Textor, não formou um elenco com o objetivo de conquistar o título brasileiro. Tinham a dimensão das lacunas existentes, mas optaram por não correr o risco de investir em contratações para preenchê-las.
B) Empolgado com o desempenho mediano do investimento feito, é crucial destacar que Textor não tinha a intenção inicial de disputar o título brasileiro, criou uma atmosfera de euforia e ilusões, ignorando os limites do elenco. A saída de Luiz Castro retirou do time a válvula capaz de equilibrar a pressão, mas Textor ignorou essa perda e continuou a aumentar a pressão sobre a equipe. Esse comportamento não foi saudável, resultando em uma falha significativa na comunicação com a torcida e na criação de uma realidade quase impossível de ser sustentada. O resultado foi a frustração geral, pois o desempenho do elenco, que vinha superando absurdamente sua capacidade real no campeonato, não foi corretamente comunicado para torcida.
C) Onde está a diretoria de futebol e sua equipe, que não foi capaz de regular a pressão sobre o elenco após a saída de Luiz Castro? Eles não intervieram adequadamente nas tensões entre o novo treinador e o elenco. Onde estava a diretoria de futebol que não alertou Textor sobre a euforia excessiva, que precisava ser contida para evitar impactos negativos sobre o elenco quando as dificuldades surgissem? Optaram por continuar a pressão e elegeram a CBF e a arbitragem como principais causas, aumentando ainda mais a pressão e tensão sobre os jogadores, ao afirmarem que o mundo estava contra o Botafogo.
Estamos sendo precipitados e injustos com nossos jogadores, que estão atuando muito além dos limites de capacidade e potencial deste time. Eles entregaram um desempenho extraordinário no campeonato. Comparem o investimento e os custos das folhas de pagamento dos times no G6 para entender a magnitude do que esses jogadores alcançaram.
Sei que a frustração é grande, mas é hora de lucidez e serenidade. Fomos iludidos pelos excessos de Textor e sua comunicação falha, produto da desproporcional empolgação com os resultados que os jogadores vinham entregando. É hora de acordar. Textor e a diretoria de futebol estão expondo os jogadores à ira da torcida, que está intoxicada pela ilusão que eles criaram. Precisam se manifestar publicamente para esclarecer que esse conjunto de homens trabalhadores foi fantástico na superação das expectativas e que merecem apoio e aplausos. É fundamental garantir as contratações necessárias para fortalecer o time e buscar títulos em 2024.
Vamos abraçar nossos jogadores, aplaudi-los. Esses rapazes estão indo muito além de seus limites. Não cobremos ouro de uma mina que não o tem para dar.
O Botafogo precisa da sua torcida para amplificá-lo, precisa de Textor e da SAF para ter sustentação financeira e qualidade de gestão, precisa dos jogadores para trazer alegrias e títulos para a história do clube e para a torcida. É esse conjunto lucidamente integrado que dará as condições para que Tiago Nunes desenvolva um belíssimo trabalho e proporcione alegrias e títulos para nossa tão amada Estrela Solitária!
Recordemos as seguidas falas do “Grande Luiz Castro”: não estamos pensando em título, vamos disputar jogo a jogo e dar continuidade ao projeto. Após a saída do mestre, ilusoriamente passamos a ter o título como o objetivo de cada jogo, como se fosse esse o único resultado a ser aceito para equipe. Esse foi o grande erro de comunicação, foi a grande ilusão e o maior e principal fator da inimaginável desestabilização do elenco.
Vamos vestir a nossa camisa, levar essa “Grande Estrela” para a rua e abraçar nosso elenco. O novo Botafogo trouxe muita alegria e vibração para o futebol brasileiro. O Botafogo voltou para a galeria dos grandes.
Inácio Jorge
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LIVE | Hora de pensar em 2024 ou ainda em acreditam em algo a mais para o Botafogo nesse Brasileiro? –