Presidente do Palmeiras defende fair play financeiro: ‘Deveria vir determinação de cima, da CBF’

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Cesar Greco/Palmeiras

Em entrevista ao podcast “Flávio Prado Entre Amigos”, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, defendeu a implementação do fair play financeiro no futebol brasileiro. Sem citar o Botafogo, a mandatária do clube paulista disse que a medida visa a saúde do esporte brasileiro.

– Vamos falar de fair play financeiro. É uma coisa muito séria. Aqui no Palmeiras, nós temos essa responsabilidade, mas isso tinha que ser obrigatório. É injusto o Palmeiras deixar de contratar por não querer deixar de honrar os compromissos com os meus profissionais, enquanto outros clubes contratam. Não sei como. Se não paga salário do jogador, como que está adquirindo novos atletas? Essa conta não fecha. Tanto não fecha que está cheio de clubes quebrados – detonou.

– Teria que ser implementado o fair play financeiro. Isso é para a saúde do futebol brasileiro. E vou mais à frente. O presidente tinha que ser responsabilizado pessoalmente pelos desmandos dentro do clube. Senão é fácil, eu torro uma fortuna, saio e largo no colo do próximo presidente. Você é responsável e vai pagar com o seu patrimônio. As leis deveriam ser mais rígidas no futebol. É tudo muito permissivo e por isso os clubes estão quebrados. Como que eu posso entrar no Palmeiras com quatro ou cinco meses de salários atrasados dos atletas e eu ainda adquirindo jogadores? Isso não entra na minha cabeça e não deveria entrar na cabeça de ninguém. O presidente vai sair, é um imediatista, ele quer conquistar o próximo campeonato, o torcedor fica ‘felizinho’, e no ano seguinte está o clube estourado, sem dinheiro para nada. Deveria vir até de cima, da CBF, uma determinação para que se implemente fair play financeiro para organizar as finanças desses clubes – declarou Leila Pereira.

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Reprodução

Projeto embrionário

Leila lembrou que o assunto já foi discutido há cinco anos, de forma embrionária, e a implementação não seria a curto prazo.

– Eu acredito. A situação é tão catastrófica de determinados clubes que tem que ter uma solução. Participo do Conselho Nacional de Clubes, não sou membro. Fui a convite, eu e o Flamengo. Na última reunião, ficou definido que vai se ressuscitar um projeto, porque já houve trabalho há cinco anos atrás, de início de fair play financeiro, um teste. Está embrionário ainda, mas vamos começar a estudar para propor à CBF a implementação. Mas vou falar que alguns clubes não vão querer, está confortável, gastam o que querem, saem da gestão e não acontece nada. Mas eu acredito. Não a curto prazo, mas o caminho tem que esse. Senão todos os clubes vão estar quebrados. O Palmeiras não, enquanto eu for presidente, porque eu não deixo – garantiu.

– Não precisaria ser fair play financeiro tão rigoroso de cara, seria paulatinamente, senão inviabilizaria a maioria dos clubes. Mas vamos sim estudar uma proposta para fazer à CBF – concluiu.

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