Iniciando a série de matérias a respeito da entrevista exclusiva do Fogo na Rede com Vinicius Assumpção, vice presidente do Botafogo, um assunto que, nos últimos tempos, deu o que falar com a torcida: a venda do zagueiro Marcelo Benevenuto ao Fortaleza, clube que, por empréstimo, ele defendeu na temporada 2021. O mandatário explica a questão do polêmico preço da transação, julgado como baixo pelos torcedores, a nova distribuição da porcentagem do passe do atleta, caso a transferência se confirme e quem verdadeiramente receberá dinheiro no negócio.
O mandatário explica que é vontade do jogador permanecer no clube do nordeste. E, apesar de muito ter saído na imprensa e causado indignação na torcida pelo preço que foi ventilado, ele tem por conduta não falar de valores de um processo que ainda não finalizou.
— Primeiro, há uma negociação em curso. E eu evito falar de preços de uma negociação em curso. Assim que ela se concretizar – se ela se concretizar -, se for o caso, eu posso vir e explanar para a torcida uma declaração a respeito do que for. Só que ainda não há nada certo. Mas vale lembrar que o (Marcelo) Benevenuto é um zagueiro criado aqui na base, saiu daqui muito desvalorizado. Além disso, a torcida não queria ele aqui. Aliás, ele próprio não queria continuar aqui e acredito que a saída dele tenha sido bom tanto pro atleta quanto pro Botafogo. Ele deseja permanecer no Fortaleza e já externou isso para nós. Ele não tem vontade de voltar ao fim do empréstimo. É importante que todos saibam que nós temos um estudo de valuation e nós estamos negociando. Nenhum preço é dado de “orelhada” ou no escuro — garante Vinicius.
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Além do suposto baixo preço da transação, talvez o que mais tenha indignado a torcida foi a informação que, do montante pago ao Botafogo, o clube carioca ainda teria que repassar parte ao Resende, clube formador de Benevenuto. Assumpção explicou que, caso o Resende deseje receber algo pelo zagueiro, seus dirigentes precisam negociar com o Fortaleza e que nada o Alvinegro precisa repassar ao clube do interior do Rio,
— Outro aspecto que eu preciso salientar é que a nossa negociação com o Fortaleza pelo jogador nada tem a ver com o Resende – clube que detém 35% do passe. O Botafogo tem 65% dos direitos do zagueiro e estamos negociando 55%. Confirmando-se a negociação, o Fortaleza passa a ter 55% do passe, o Botafogo 10% e o Resende os mesmos 35%. Saiu na mídia e muito se falou que o Botafogo teria que dar parte da negociação ao Resende, o que não existe. O Resende não receberia nenhum dinheiro. Se eles quiserem receber qualquer valor, os dirigentes do clube têm que ir negociar com o Fortaleza — explica.
Recado à torcida
Apesar de afirmar que não pode revelar todas as nuanças de negociações, Vinicius disse entender a aflição da torcida. O vice revelou também que tem como objetivo fazer uma boa gestão para poder voltar à arquibancada em seu término. Por isso, faz um pedido aos torcedores.
— E eu digo tudo isso em detalhes, porque eu sou torcedor do Botafogo. No momento, eu estou como dirigente. Mas pretendo, tão logo acabe meu período aqui, voltar para a arquibancada, que é o meu lugar, de onde eu vim. E eu falo isso pra dizer que a gente escuta a torcida, mas não podemos, infelizmente, nos balizar em tudo que a torcida diz. Muitas vezes, os torcedores possuem todas as informações que naturalmente pertencem àqueles que estão à frente do clube e que não podem tornar absolutamente tudo público. O sigilo também é parte integrante de qualquer negócio. E por isso, eu sempre tenho dito à torcida: confiem no nosso trabalho. Nós estamos olhando o Botafogo em todos os aspectos, de valorização, de patrimonial e etc — finaliza.
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