Na corda bamba no comando da SAF Botafogo, John Textor fez um balanço da temporada de 2025 do time em entrevista ao “ge”, nesta terça, 7. De acordo com o estadunidense, não houve erro de planejamento este ano, mas sim inúmeras recusas de técnicos no início da temporada.
– A pressão este ano tem sido grande desde o início. Não tive um mês de descanso. Ganhamos o Brasileirão, ganhamos a Copa Libertadores, mas a situação do técnico foi, sabe, um planejamento ruim? Ninguém consegue se preparar para perder um técnico nessas circunstâncias tão bizarras. Naquela época, eu não queria contar abertamente às pessoas por que não conseguíamos um treinador. As pessoas dizem que não ter um treinador é um planejamento ruim. Adivinha? Vou dizer aqui agora. Ninguém queria o cargo – declarou Textor.
– Eu não queria dizer isso na época porque achei que prejudicaria a reputação do clube. É melhor eu aceitar as críticas, aguentar as pancadas, porque já estou acostumado, está tudo bem. Tenho recebido desde que comecei no clube. Mas aceito as pancadas, que digam que não planejei, mas ninguém queria o emprego. Normalmente sou bem persuasivo, tenho uma visão, uma estratégia, grandes ambições… Olha, você sabe como é difícil. Se você está no topo, no topo do Brasil, no topo da América do Sul, e todo treinador sabe que o próximo ano provavelmente não será tão bom quanto foi o anterior… Tivemos o melhor ano em 120 anos, mas eu não pude trazer um treinador. Cinco, seis pessoas recusaram o trabalho. Então, talvez eu tenha sido bom o suficiente. Talvez eu não tenha sido persuasivo o suficiente. Não foi falta de planejamento – completou.
Fracasso
John Textor chamou de fracasso a temporada 2025 por não ter obtido nenhum título e discorreu sobre as diversas mudanças no elenco ao longo do ano, após a histórica temporada anterior.
– Começamos o ano muito mal. Tínhamos um treinador [Renato Paiva] que trouxe um sistema em que eu acreditava, mas acho que ele abandonou o sistema dele. Sofremos. Aqui estamos, quarto lugar, quinto lugar, com base em jogos a menos ou a mais… Estou feliz com o ano? Eu disse que seria um fracasso se não ganhássemos outro troféu. Então, foi um fracasso – confessou Textor.
– Eu diria que é muito difícil para as pessoas remotivarem um elenco. Veja o Fluminense alguns anos atrás. Você ganha o título principal, o que acontece? Todo mundo quer ir embora. Nós vencemos o Brasileirão, vencemos a América do Sul. Metade do time queria ir, é normal. Vá e tenha outro desafio, outra conquista, vá conhecer a Europa. Talvez você tenha 29, 26, 32 32 anos… Não temos o sistema que o Palmares tem. Sucesso ano após ano, desde a base até a equipe, com um técnico consistente. Mas é muito difícil repetir. E eu aceito as críticas – concluiu.
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