Coronavírus: o que muda para Botafogo S/A; especialista explica

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Botafogo S/A
Foto: Vítor Silva / Botafogo

Em meio à pandemia do novo coronavírus, inúmeras atividades ficam prejudicadas, entre as quais, o futebol. Por isso, estaduais foram suspensos, Copa do Brasil e a Eurocopa adiada, por exemplo.

Com o colapso global causado pelo vírus, PIBs despencam, produções e transações são interrompidas. O dinheiro para de circular, enfim.

Neste cenário de incertezas, o Botafogo vê paralisado também sua maior esperança de dias melhores: a Botafogo S/A. Mas, de fato, o que a pandemia muda ao projeto de clube-empresa do Alvinegro?

Em entrevista ao Canal do TF, parceiro do Fogo Na Rede, Alexandre Rangel, sócio da Ernest Young, esmiuçou o momento da crise em relação ao projeto Botafogo S/A.

— O mercado financeiro, hoje, está paralisado. Existe uma aversão muito grande ao risco. Grandes fundos, grandes investidores estão sofrendo problema de capitalização. Acho bem pouco provável que, mesmo olhando o mercado externo, a gente tenha um grande aporte de qualquer grande investidor em qualquer operação. Não só no futebol. Para 2021, a gente sabe que o mercado vai estar retomando gradativamente, vão ter resquícios. Mas no curto e médio prazo, ela vai ser bastante restrita em termos de recurso — garante.

Rangel lembra que, se a crise afetasse apenas a moeda nacional, o Clube poderia se favorecer. Mas não é o caso.

— Esse cenário é bastante complicado. Numa situação normal, por exemplo, de crise localizada no Brasil, com a desvalorização do real e aumento do dólar isso até poderia favorecer. O dólar mais forte barateava os ativos brasileiros. Então, para processos, por exemplo, de investimento e aquisição, o dólar forte ajudaria. No entanto, agora estamos num cenário completamente diferente. Não estamos falando de uma crise local. Mesmo os investidores locais certamente estão sofrendo perdas nas suas aplicações, nos seus ativos, restrições forte de fluxo de caixa — disse.

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Prazo indeterminado

Sem um prazo determinado para melhora do cenário, o executivo é cético quanto à implementação da Botafogo S/A ainda em 2020.

— Existem clubes que estão numa situação financeira mais estável, que talvez tenham reservas que permitam atravessar dois meses de crise. A gente precisa ter uma definição mais rápida de calendário, até para dar férias aos jogadores e poder readequar a partir de julho, agosto. Dificilmente teremos um cenário favorável a curto prazo. Para clubes que estão em situação financeira difícil, é preciso tratar dia a dia.

Botafogo S/A ameaçada

— O Botafogo já está num modo especial. O próprio Montenegro e o comitê já deixaram claro que o Clube está rodando numa condição especial, com apoio financeiro externo. A gente precisa entender se esse apoio financeiro permanece com essa crise. Acredito que sim. É preciso levar essa situação para o segundo semestre.

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— Existe uma possibilidade de a Botafogo S/A andar esse ano. No entanto, sinceramente, neste momento, sem a legislação aprovada, a melhor situação talvez seja ir levando mais alguns meses e fazer uma operação dessa em melhores condições. A gente não sabe se as condições do Clube permitem essa dilatação do prazo, enfim. Neste momento eu vejo pouca alternativa para qualquer clube no Brasil discutir aportes externos num cenário de tanta indefinição – finaliza.

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Sobre Diego Mesquita 1556 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

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