Alívio. Essa é a palavra mais sentida pelos torcedores do Botafogo depois do triunfo sobre o Vitória na noite desta quarta, 30. Apesar do técnico Marcelo Chamusca apontar uma evolução da equipe nos últimos jogos – embora os resultados e os torcedores digam ao contrário – o que vimos hoje foi mais uma partida muito abaixo do Botafogo.
O triunfo veio com várias ressalvas, mas foi importantíssimo para o planejamento da equipe visando a sequência do campeonato. Em um jogo muito fraco tecnicamente – onde ambas as equipes pouco conseguiram construir jogadas devido a quantidade excessiva de erros de passes (75% x 70% na precisão de passe) – acabou prevalecendo a esperteza e a sorte de Chay para o lado alvinegro.
A bola na trave de Ronald logo no primeiro minuto de jogo certamente iludiu o torcedor. Achávamos que teríamos um desempenho melhor na partida desta quarta-feira. Mas não foi isso que aconteceu. Muito pelo contrário.
No primeiro tempo, o Botafogo teve um tremenda dificuldade para trocar passes no meio de campo, isto é, quando conseguia chegar lá. Já que no início a equipe abusou dos erros na saída de bola. Kanu e Gilvan apesar de terem feito uma partida segura, entregaram algumas bolas nos pés da equipe adversária, que não teve capacidade para criar uma única chance de perigo durante os primeiros 45 minutos.
Já na segunda etapa, o Vitória assustou apenas em duas oportunidades ao gol do Botafogo. Uma em chute forte e em seu rebote, no qual Douglas Borges de novo espalmou para o meio da área, assim como contra o Londrina. A outra já no último lance, na base do “abafa”, em uma cabeçada para fora.
Chay salva a noite
Já o Botafogo também finalizou cinco vezes no primeiro tempo, levando perigo ao gol do Vitória com as chances de Ronald no primeiro lance do jogo e Navarro aos 28 minutos. No segundo tempo foram mais seis, sendo apenas uma no alvo, a do gol de Chay. Falando nele, foi decisivo e salvou a equipe mais uma vez ao fazer um cruzamento que entrou direto nas redes. Merecidamente eleito o melhor da partida. Apareceu para o jogo o tempo todo, tentando fazer a construção de jogadas praticamente sozinho no meio, já que os outros dois pouco ajudaram.
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Oyama jogou mais recuado e foi bem na fase defensiva, fazendo muitos desarmes importantes. Mas na fase ofensiva perdeu muito a posse da bola e errou vários passes fáceis – como para Chay em um contra-ataque.
Pedro Castro também foi outro que quase não participou ofensivamente do time em praticamente nenhum momento dos 90 minutos. Embora, de fato, tenha tido sua importância defensivamente. Fez um jogo apagado, mas ao menos foi bem nos combates e na ocupação de espaço na faixa central do campo.
No lado direito do time, Ronald apareceu ofensivamente apenas nos primeiros 5 minutos de jogo com duas finalizações, mas foi fundamental na recomposição. Correu e se dedicou bastante para fechar o setor direito de defesa, onde Daniel Borges teve problemas. O próprio lateral direito foi muito mal na partida. Sofreu bastante com Pedrinho e Ronan pelo lado esquerdo de ataque do Vitória. Especialmente no primeiro tempo, no qual foi facilmente batido em diversos lances. Falhou também ao deixar Mateus Soares subir livre para cabecear no último lance.
Guilherme abaixo
Do lado esquerdo, Guilherme erra mais do que o normal e mostra estar muito abaixo tecnicamente. Parece estar sem nenhum ritmo de jogo até hoje, por incrível que pareça. Erra passes e dribles fáceis, além de fazer cruzamentos assustadores e ter perdas de posse de bola que certamente irritam qualquer torcedor.
Diego Gonçalves apesar de impor intensidade e profundidade pela ponta, também pecou bastante tecnicamente nas tomadas de decisões – demorou para fazer o passe para Chay, completamente livre dentro da área, depois da falha de saída de bola do goleiro Ronaldo.
Seguimos. Com mais um desempenho ruim, mas agora apenas a quatro pontos do G-4 (com um jogo a menos). Foi a terceira vitória. Restam 17.
SAN.
Gustavo Santos, 18: estudante e torcedor do Botafogo do Rio de Janeiro/RJ.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Fogo na Rede.
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