Após acionar John Textor na justiça em abril, Bruno Lage — técnico do Botafogo de julho a outubro de 2023 — entrou com uma ação contra a SAF Botafogo na última quinta, 2. O português cobra quase R$ 10 milhões da empresa.
O que pede o treinador
Na ação, a qual o Fogo na Rede teve acesso, Bruno Lage alega que teve o contrato encerrado de forma antecipada e irregular e pede que a Justiça do Trabalho reconheça uma série de direitos trabalhistas que, segundo ele, não foram respeitados durante sua passagem pelo clube. O processo foi protocolado no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro e está avaliado em R$ 9.604.328,42.
Entre os principais pedidos, o treinador quer que a justiça considere nulo o contrato de cessão de imagem firmado com a SAF. Isso porque o seu advogado alega que este foi usado para mascarar parte do salário e reduzir encargos trabalhistas. Bruno solicita que todos os valores pagos a título de “direito de imagem” sejam reintegrados ao salário, isto é, com reflexos em férias, 13º, FGTS e verbas rescisórias.

Multa rescisória
Outro ponto importante da ação é o pedido de indenização pela rescisão antecipada do contrato, com base na Lei Geral do Esporte. O técnico entende que, como caiu antes do término do vínculo, tem direito a receber a chamada cláusula compensatória, ou seja, uma espécie de multa prevista em caso de quebra contratual.
Bruno Lage também afirma que o Botafogo não quitou as verbas rescisórias e cobra o pagamento desses valores. Entre eles estão o saldo de quatro dias de salário referentes a outubro de 2023, férias proporcionais com acréscimo de um terço, 13º salário proporcional e recolhimento do FGTS com a multa de 40%. Ele ainda solicita que retifiquem a carteira de trabalho para refletir a remuneração integral, incluindo a parcela de imagem.
Na petição, o ex-treinador do Botafogo também requer a anulação dos instrumentos de rescisão contratual, alegando supostos vícios e a falta de acompanhamento jurídico. Além disso, solicita que atualizem os valores contratados em dólares conforme a variação cambial até a data do pagamento efetivo.
Bruno Lage ainda pede indenização por danos morais, estimada em pelo menos R$ 100 mil, sob o argumento de que o não pagamento das verbas de natureza alimentar lhe causou abalo financeiro e psicológico.
A ação também inclui solicitações mais técnicas, como o pagamento de honorários advocatícios de 15% sobre o valor da causa, a correção monetária pelo IPCA-E e juros pela taxa Selic, além da aplicação das multas previstas na CLT por atraso na quitação das verbas trabalhistas.
O treinador pede ainda que o clube apresente todos os documentos trabalhistas. Além de comprovantes de pagamento sob pena de confissão. Por fim, requer a inversão do ônus da prova, alegando desigualdade entre as partes. Caso a Justiça acolha todos os pedidos, o montante devido pode ultrapassar o valor inicial estimado.
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