Gerson, o Canhotinha de Ouro, insistiu na legitimidade do Botafogo pelo reconhecimento pela FIFA do tri mundial do Alvinegro (1967, 68, 70). Em entrevista ao Canal do TF, parceiro do Fogo Na Rede, o canhota relembrou a conquista da Pequena Taça do Mundo.
— O Botafogo tem todo direito de reivindicar à FIFA. Se o presidente acha que é válido, acho legítimo. Quem deu o nome de Pequena Taça do Mundo? Alguém deu! Foi a federação de Caracas? Não sei. Por que que todo ano eles levavam para lá Botafogo, Santos, Palmeiras, Barcelona, Real Madrid, Benfica, seleção Argentina, Peñarol? Os principais campeões! Parece que a FIFA já disse que não reconhece. Dane-se a FIFA. Manda a FIFA para os quintos dos infernos. Nós ganhamos. Manda fazer a taça. O Flamengo e o Sport não brigaram até no STF por um título? Quem se acha no direito, vai recorrer. Eu assino embaixo — disse.
Veja mais tópicos da entrevista:
Jogar com Garrincha a favor
— Joguei com os melhores jogadores de todos os tempos: Garrincha e Nilton Santos. Era fácil jogar com ele. O esquema com ele era não atrapalhar. Era dar a bola para ele e deixar ele resolver.
Garrincha contra
— Eu fui João do Mané. Eu fui isso no Maracanã na decisão Flamengo x Botafogo. O Flávio Costa cismou de me botar na ponta esquerda, em 1962. Ele tinha vindo da Copa do Mundo. O Jordan era o único bom marcador dele, ele driblava e ia embora. O primeiro gol que ele fez no clássico, ele deu um drible em mim e no Jordan na linha de fundo, nós caímos no fotógrafo. A bola bateu no rosto do quarto zagueiro e entrou. Nós nem vimos o gol.
Leia mais: Torcida do Botafogo em SP promove rifa por famílias carentes
Pelé
— O Pelé você ainda imaginava o que ele ia fazer. Quando você chegava, ele já tinha feito. Pela rapidez de raciocínio. O Mané era impossível saber.
Nilton Santos
— Quando você fala em Botafogo, tem que falar em Nilton Santos. Ele esteve lá sempre. E o Mané veio depois. O Nilton já era veteraníssimo no Botafogo. Titio Nilton, como eu chamava ele. O Nilton foi o maior lateral esquerdo de todos os tempos. Não teve ninguém melhor do que ele. Ele não era botafoguense. Nilton Santos é o Botafogo. Ele é o maior jogador da história do Botafogo.
Aposentadoria
— Parei com 32 para 33 anos. Antigamente você não tinha férias, era campeonato, excursão. Eu não gostava mais de viajar, então resolvi parar.
Leia mais: Botafogo tenta renovação de Marcinho, mas negociação é considerada difícil
Futebol hoje
— É diferente. Não é técnico. O Flamengo, por exemplo, tem 2, 3, 4 jogadores diferentes. Vale a pena você ver. Quando pinta um jogador, você já quer que ele seja da Seleção, porque lá também não tem. Quem viu o futebol passado, fica desiludido com esse futebol de hoje. A gente torce desesperadamente para o futebol voltar ao clássico. Pode até ter um chutão, carrinho, mas muito raramente. A gente pede que essa molecada que está chegando, o clube consiga segurá-la.
Time atual do Botafogo
— O time do Botafogo é um bom time. Não vou nem discutir nomes. O time é um bom time. Mas para o Botafogo não pode ser bom, tem que ser excepcional. A definição é essa. O Botafogo nunca foi bom, nem muito bom, nem excelente. Era excepcional.
Honda
— O Japão só conheceu futebol depois que o Zico foi para lá. Não foi o Honda não. Como o Didi, quando saiu do Botafogo, mostrou o futebol brasileiro dentro do Peru. Porque sabia tudo. Para ensinar você tem que saber, porque de repente o jogador cobra. O Didi pegava e fazia. O Honda, antes de vir para o Botafogo, passou por 5 clubes, ninguém quis. Tecnicamente ele é bom. Num time excepcional do Botafogo, ele jogaria? Eu sou contra treinadores e jogadores estrangeiros aqui dentro. Sou a favor do excepcional jogador e treinador estrangeiro aqui. Como foi o Seedorf, ele com 180 anos, ensinou. Ele deveria ter ficado no Botafogo como treinador, até de base. Ele veio, ensinou, disse como era e foi embora. E aí? Ninguém ficou com o ensianamento dele.
Seja o primeiro a comentar