
Em mais um capítulo da crise do Botafogo, Carli, João Paulo e Gabriel conversaram com os setoristas do Clube fora da sala de imprensa. Líderes do elenco do Botafogo, os atletas comunicaram medidas e cobraram soluções para os salários atrasados de jogadores e funcionários.
Confira a íntegra da entrevista com Carli, João Paulo e Gabriel:

Carli
Momento do Botafogo
— Estamos atravessando um momento muito difícil, de salários atrasados de jogadores e funcionários. Queremos ser bem simples e claros, em uma conversa muito sensível. Que todo mundo fique sabendo o difícil momento que estamos atravessando junto a funcionários. Queria agradecer o movimento de torcedores, que estão doando cestas básicas. Nós jogadores também estamos no mesmo movimento. O Botafogo hoje precisa de todo mundo. Quero agradecer isso.
— Somos seres humanos, não somos máquinas. É muito triste ler as matérias sobre a situação de nossos funcionários. Isso tem que acabar. Não pode acontecer mais!
Convocação da torcida para a partida contra o Atlético-MG
— Nesse momento, o torcedor do Botafogo não precisa ser convocado. Eles mesmo desde ontem começaram a ajudar e sem dúvida alguma vão estar muito perto de nós, porque são verdadeiros torcedores.
João Paulo
— Acima de tudo está o clube, a instituição. Vamos continuar defendendo com todas nossas forças, como a gente sempre fez, independente da nossa situação. Fica essa cobrança nossa para que não continue sendo normal essa situação de atraso de salário no Brasil. Vamos estar concentrados dentro da nossa função dentro de campo, nos treinamentos e jogos. De maneira nenhuma vamos atrapalhar o futebol.
Com salários atrasados, os atletas decidiram não conceder mais entrevista coletiva na sala de imprensa, como forma de não expôr os patrocinadores à crise na qual o Botafogo está submerso.
Gabriel
— Já nos deram uma posição, mas infelizmente é uma coisa que está sendo normal. Não pode ser normal. Tem muitas famílias e crianças que dependem de nós. E muitos funcionários do clube também chegam, comentam. Você vê aquele olhar abatido, triste. Eles têm crianças em casa, também precisam de apoio e suporte. Estamos com dois de carteira e três de imagem. A gente fica muito insatisfeito por passar por esse momento, porque o futebol é uma paixão mundial e os jogadores passando por essa situação difícil. Mas também não vamos deixar de trabalhar. Você pode ver que todos os dias estamos treinando e respeitando o professor Barroca. Ali dentro do campo, independente do resultado, cada um está buscando fazer o seu melhor. Então também temos essa insatisfação com a gente.
Ajuda aos funcionários
— Às vezes você vai dar uma cesta básica, ajuda com um dinheiro para pagar o boleto. A gente tenta blindar eles ao máximo. Sabemos que a situação é complicada, difícil. Sentimos muito isso, ver o funcionário triste, de cabeça baixa. Nós tentamos nos colocar no lugar dele. O momento é delicado, mas tentamos fazer de tudo para ajudá-los também.
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