A cúpula do Cômite Executivo de Futebol do Botafogo convocou coletiva de imprensa nesta quinta (16), no Hotel Fazenda China Park, sede da pré-temporada do Botafogo. Em pauta, temas como Matheus Fernandes, reforços e perspectiva do Clube para 2020. Membro do Cômite, Carlos Augusto Montenegro abordou os temas.
Em relação a Matheus Fernandes, vendido pelo Palmeiras ao Barcelona, o mandatário alvinegro afirmou que o Botafogo fez bom negócio ao autorizar a venda do volante — pelo qual o Clube tem 25% dos direitos econômicos.
— Foi uma grande venda para o Botafogo, que prova que o trabalho na base é o que sustenta o futebol. Se pudesse refazer todo esse negócio eu faria igual. No futebol, quando se tem oportunidade, tem que fazer – garantiu.
— Em agosto, o Botafogo precisou de dinheiro, como está precisando desde sempre. Chamou alguns investidores, inclusive eu, perguntando se podíamos ajudar e esses botafoguenses ajudaram nesses meses pegando algumas garantias, entre as quais os 25% do Matheus.
Durante a explanação, Montenegro alfinetou a joia do Botafogo. Segundo o presidente, Matheus não consegue se firmar nas equipes que passa.
— É um garoto que a gente sempre torceu, começou a despontar com 17, 18 anos. Matheus tem uma sina com negócio de B. No Botafogo nunca foi titular absoluto, no Palmeiras fez quatro partidas apenas e agora foi vendido para o Barcelona B.
Montenegro ainda ressaltou que, no fim, o Botafogo lucrou mais que o alviverde na negociação.
— Começamos a fazer cálculos – comissão, imposto, parte parcelada – e verificamos que sobrariam para os investidores cerca de 980 mil euros. Resolvemos aceitar e o negócio foi feito. Quanto lucrou o Botafogo com Matheus? 4,215 milhões de euros (R$ 19,5 milhões). Quanto o Palmeiras lucrou? 2,875 milhões de euros (R$ 13,3 milhões).
— Vocês precisam se concentrar em matemática. Matheus foi vendido ao Palmeiras em janeiro do ano passado por 3,5 milhões de euros. O Botafogo ficou com 25%, esse valor representava 1,166 milhão de euros. Em cima desse valor você tem comissão dos empresários e, caso o jogador seja vendido para o exterior, 20% de impostos. Essa parcela que o Botafogo ficou na época era de 816 mil euros.
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Montenegro investidor
— Tudo o que faço pelo Botafogo é sem juros. Não é o caso de todos. Mas eu faço questão. Não me sinto bem com juros, a não ser que seja um prazo muito grande, um negócio arriscado.
Futebol como matemática
— Eu acho que o futebol precisa de matemática. Tivemos o exemplo do Cruzeiro no ano passado, quatro dos grandes técnicos do Brasil passaram por lá, investimento alto e um resultado pífio. Questão de matemática. Vários jogadores nos foram oferecidos, mas temos que saber o tamanho do nosso sapato. Muita gente gosta de andar de Ferrari, mas às vezes temos que andar de Fiat. Temos um elenco digno, um técnico em quem confiamos, uma comissão técnica boa, um elenco no qual apostamos na questão da velocidade e da juventude.
— Com o clube-empresa vai ter mais matemática ainda. O orçamento do Botafogo, com essa dívida enorme, é fictício. É um ano de matemática e todos os clubes devem seguir isso. É preciso um movimento para acabar com esses salários que chegam à beira da afronta.
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Salários atrasados
— O presidente vai conversar com os jogadores, temos boa parte desse dinheiro depositada. Agora com férias, Justiça fechada, estamos trabalhando para liberar isso. É um dinheiro separado, aguardando só a autorização de um juiz. A venda de algum jogador também, o que chegar primeiro.
Prazo para Botafogo S/A
— A S/A não tem prazo, pode ser daqui duas semanas, em março ou em outubro de 2020, em 2021, em 2022… Vários grupos foram contactados, existe uma série de dúvidas. Há muitos detalhes a serem trabalhados. O processo está aberto e não tem como dar prazo. Tudo depende da negociação. O que nos anima é que tem muita gente grande interessada.
— A diminuição na folha salarial é questão de sobrevivência. A gente não está sinalizando de propósito, não temos dinheiro.
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