Renato Paiva analisa goleada sobre o Internacional: ‘Resultado é melhor que a exibição do Botafogo’

Loja Casual FC
Vitor Silva/Botafogo

Em coletiva de imprensa após Botafogo 4×0 Internacional, o técnico Renato Paiva foi sincero e, apesar do placar elástico, fez críticas à exibição do time no Nilton Santos.

— Importância é sempre aquela de nós trabalharmos em cima de uma vitória que nos dá confiança em relação aos números. Eficácia que não tivemos em outros jogos. Mas no primeiro tempo não tivemos o controle do jogo como eu gosto. Sem o Internacional ter chance de perigo, é verdade, mas teve várias chances… escanteios. Nós entramos muito bem no jogo, dinâmicos, ofensivamente por várias formas e lados na defesa adversária. Depois vou tentar perceber se o gol mexeu com a minha equipe e não pode. No entanto, vou reconhecer o que as pessoas não reconhecem: nós não jogamos sozinhos. Há uma outra equipe do outro lado. O que nós devíamos ter controlado era a bola e não controlamos.

— Na segunda etapa subimos a marcação e marcamos o 2 a 0 quando não merecíamos. De fato, nossa segunda parte é muito melhor. Eficácia muito boa, momentos bons. Não é aquela exibição que me deixa satisfeito, contente. Mas tenho que encontrar soluções porque tenho vários jogadores fora. Hoje o resultado é melhor que a exibição especialmente na primeira parte.

Vitor Silva/Botafogo

Mais respostas de Renato Paiva

Eficácia

— Esta questão da eficácia é o crescimento dos jogadores com os jogos. Porque nós não podemos treinar, não conseguimos, a não ser recuperar e pontualmente fazer uma ou outra coisa, mas é um dia ou dois. E não pode desgastar muito porque esses jogadores que às vezes não jogam hoje vão jogar no próximo, portanto não pode exagerar muito. Eu devo isso ao crescimento dos jogadores em competição. Quanto mais minutos vão tendo, mais confiança vão ganhando e melhor vão performando. E depois, obviamente, também tem a ver com o talento individual. Em uns dias sai melhor, em outros não sai. É mais do aspecto individual para mim. Nós, enquanto treinadores, a nossa responsabilidade sempre é coletiva, de levarmos a bola do nosso gol ou gol adversário dentro de uma estrutura coletiva, com uma ideia de jogo. Depois são essas ligações individuais e as decisões individuais que vão permitir que isso aconteça ou não, sendo que a última finalização é sempre algo individual. E da mesma forma temos que evitar que a bola do adversário chegue do gol deles ao nosso. A parte individual é o sétimo momento do jogo, o que às vezes ninguém considera. Hoje de fato os jogadores conseguiram, ou por inspiração ou por crescimento, fazer essa eficácia estar presente.

Avaliação do próprio trabalho

— Eu vou fazer um resumo do que tem sido até hoje a temporada. Há números que são claros. As nossas derrotas são todas por 1 a 0. E há derrotas onde, se calhar, nós jogamos para ganhar. Bragantino, por exemplo, com o Estudiantes… Eu lembro que contra o Red Bull o Igor tem uma bola na trave e temos mais uma finalização que não concretizamos. Com o Estudiantes aos dois minutos, o Artur cabeceia na pequena área, estava 0 a 0. Para não falar com o Bahia, por exemplo, tivemos duas bolas completamente sozinhos. Sempre me caracterizaram como um treinador muito ofensivo, mas que as minhas equipes sofriam muitos gols. Isso confirmou-se no Equador, no primeiro torneio, no segundo já não foi assim. E aquilo que eu estava a sentir é que era uma equipe que sofria poucos gols. Lembro até aquele dado, nas duas primeiras rodadas, o Botafogo não ter sofrido gols não acontecia há um monte de tempo.

— Mas também não criava como eu gosto que as minhas equipes criem. Em alguns jogos tínhamos bola sem fazer mal ao adversário, e não é esse o meu conceito de jogo. Portanto, nem tudo está bem quando ganha, e nem é teoria do caos quando perde. E em muitas derrotas foram estes detalhes em que na nossa eficácia ofensiva não tivemos, e por um detalhe às vezes individual, eu não quero expor os jogadores, acabamos por ser penalizados.

— Quero que a equipe vá crescendo em questões de controlar o jogo. Um bocadinho a imagem desta segunda parte e da primeira parte com o Fluminense. Que mantenha pelo menos estes números e também não conceda tanto a chegada do adversário. Isto é num mundo perfeito, mas se consegue treinando e mantendo pelo menos uma espinha dorsal. O nosso melhor jogo foi com o Fluminense, no jogo a seguir já não tinha quatro jogadores. Então tem sempre que se reinventar. Hoje jogamos com o Artur de 10. É a minha missão encontrar soluções, podem funcionar ou não. E como eu não tenho tempo para treinar, vai pelo histórico do jogador, pelas características dele.

— Nos últimos cinco jogos nós temos quatro vitórias. Podem dizer assim: “E as exibições”? Isso é outra coisa. Quando a equipa joga bem e não ganha, não interessa jogar bem. Então estamos sempre na linha de tiro, não é? Me interessa mesmo que não jogue bem, ganhe. Compita constantemente.

Desempenho de Artur

— Eu converso com todos. Ainda bem que tocou nesse assunto, porque foi exatamente a primeira coisa que eu fiz quando me encontrei com o Artur. Foi dizer assim: “Olha, se está com a mochila de substituir o Luiz Henrique, tira já porque o Luiz Henrique é o Luiz Henrique, e o Artur é o Artur, com características completamente diferentes”. Vem para a mesma posição? Ok. É uma contratação de peso pelo histórico? Ok. Mas vem para fazer o que o Artur fez nos outros clubes e que o levaram a chegar aonde ele chegou, ponto. Ele é completamente diferente do Luiz Henrique em tudo.

— Portanto, foi a primeira coisa tirar essa pressão, porque às vezes é uma pressão desnecessária quando eu quero ser alguém que eu não sou nem consigo. A exibição do Artur tem a ver, repito, não podendo treinar, com o histórico dele, porque já chegou a esta posição, com as características que eu vejo dele, aproxima-se do gol jogando ali. É um jogador que pode não ter aquele último passe que tem o Savarino, mas tem outras coisas como verticalidade e finalização. Olhando para o elenco e não havendo jogadores para o jogo de hoje que me davam aquilo que eu precisava, pensei nisto assim que o Savarino se lesionou, porque percebi que o Patrick não dava ali, não consegue jogar de costas para o jogo. Então fui à procura de alguém e dentro das características é o Artur. Não me surpreende o jogo que ele fez, mas não vamos já ter a tentação de dizer “o Artur vai substituir o Savarino”. Também são diferentes, também não tem nada a ver. O Savarino é um 10, o Artur pode ser um segundo atacante, são coisas completamente diferentes. O que o Textor me pede aqui é encontrar um substituto para o Luiz Henrique? Não, potência a contratação que nós trouxemos para este lado, para esta posição da equipe. Só isto.

Jogadores no DM

— Não consigo te dizer (quando voltam), mas não será para os próximos jogos, certamente. Falo de Savarino, Barboza e Matheus (Martins). Não serão para os próximos jogos. Pelo menos Flamengo e Estudiantes, não

O Botafogo volta a campo contra o Estudiantes, quarta, 14, às 21h30 (de Brasília), no Estádio Nilton Santos, pela Libertadores da América.

Siga nossas redes: X, Instagram, Facebook, YouTube e TikTok

Comentários

Sobre Redação 6682 Artigos
Fogo na Rede é um veículo profissional especializado na cobertura do Botafogo: últimas notícias, jogos e muito mais!

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*