

Além do fraco desempenho em campo no empate sem gols com a Chapecoense, o Botafogo também saiu devendo financeiramente do estádio Nilton Santos. Com 8.241 torcedores presentes, o Botafogo arrecadou R$ 216.404 em ingressos, mas acumulou prejuízo de R$ 153.880,83. As despesas da partida foram R$ 370.284,83.
Antes mesmo do duelo contra a Chape (26), o preço dos ingressos foi alvo das críticas da torcida. Nas redes, torcedores reclamavam dos valores da entrada inteira praticados nos setores Leste e Oeste, R$ 60 e R$ 80, respectivamente. No setor Norte, a entrada inteira custava R$ 20.
Frente a mais uma dívida e às críticas da torcida, o Clube se divide internamente. Há membros do Botafogo favoráveis a uma nova precificação. No entanto, outra ala acredita que o preço do ingresso não é o único fator a ser considerado nesta variável. Reduzir não é, portanto, certeza de casa cheia.
Clube discute solução
Vice executivo do Botafogo, Luis Fernando Santos lembrou que não houve mudança na política de preço, uma vez que o setor Norte já tinha um custo inferior aos demais. O dirigente admitiu, no entanto, buscar soluções para atrair torcedores ao Nilton Santos.
— A análise de preços é feita a cada jogo, mas sempre tentando manter o equilíbrio financeiro do estádio. Você não pode responsabilizar só o preço pelo baixo público. Prova disso é que tivemos ingressos a R$ 20 que não foram vendidos — lembrou.

O executivo descartou ainda a equiparação de valores nos setores no estádio. Para Luis Fernando Santos, Leste e Oeste não podem custar o mesmo que o setor Norte, do contrário, o estádio seria inviabilizado financeiramente.
— Se você cobrar R$ 20 e colocar 30 mil pessoas, realmente é uma equação muito boa. Mas 30 mil pessoas irão por ser R$ 20? Há outros fatores que fazem com que os torcedores compareçam. O preço do ingresso é um deles. Além disso, tem o horário do jogo, contra quem é o jogo, se vai haver transmissão e a posição do time na tabela, por exemplo. A política de preços não muda. Os preços, sim, podem mudar.
O dirigente lamentou ainda a impossibilidade de trabalhar com a venda dos ingressos por lote, o que permitiria baratear a entrada e antecipar a decisão de compra do torcedor.
— Hoje você adquire ingressos por lotes desde shows até teatro. No futebol não é possível. Neste modelo, eu estaria disposto a pôr à venda o estádio inteiro antecipado, se houvesse demanda.
Diante da dura realidade do Botafogo, Luis Fernando admitiu rediscutir os preços dos ingressos para a próxima partida no Nilton Santos, em setembro, contra o Atlético-MG.
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