Autuori revela que chegou a pedir demissão e dispara contra Ferj

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Foto: Nayra Halm / Fotoarena

Contrariado com a decisão do STJD pelo retorno do futebol neste domingo, 28, o técnico Paulo Autuori revelou que chegou a pedir demissão do Botafogo. Em entrevista ao jornal “O Globo”, admite ter sido convencido a permanecer para não prejudicar ainda mais o Clube.

Eu pedi para sair. Quarta-feira é que decidi que não ia mais, porque me convenceram que poderia prejudicar o Botafogo. Apenas senti o quão difícil poderia ser para eles e eu tive que me sacrificar para não prejudicar. Mas meu objetivo era não dar continuidade. Dizer: não quero participar disso. Isso é uma bandalheira que está acontecendo. A federação chamou os clubes pra tomar decisão deixando Botafogo e Fluminense de lado, convocando reunião na calada da noite, às escondidas. Eu acho que esse campeonato é carta marcada – afirmou.

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Para Autuori, ainda mais absurdo do que o retorno à competição com apenas oito sessões de treino, é o horário marcado para a partida contra a Cabofriense, neste domingo.

— O que te leva a marcar jogo às 11h da manhã com os times voltando de 90 dias (parados)? Eu quero colocar essa questão. Por que o jogo do Botafogo foi marcado para às 11h da manhã? Não pensei em sair. Eu saí mesmo. Fiquei dois dias e ontem (quarta) à noite em reunião com o comitê gestor. Ontem que decidi voltar.

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‘Grande mamata’

Segundo o treinador, a Ferj comanda um espetáculo esvaziado sem qualquer tipo de evolução ou ideias novas.

Ferj para mim não é a Federação do Estado do Rio de Janeiro, é a federação dos espertos do Rio de Janeiro. Não têm parâmetro nenhum, vivem aqui nessa coisinha futebol do Rio, no campeonato sem público. Só dá público nas semifinais e finais de turno. Eu conheci três presidentes de federação, que foram Otávio Pinto Guimarães, depois passou o Eduardo Viana e agora o Rubens Lopes. E eu não vejo qualquer tipo de evolução. É uma federação que não tem ideias. O que eu acho é que é uma grande mamata ali. Um feudo. Não vejo absolutamente nada em termos de ideias. Enquanto a federação paulista tem ideias e tenta coisas novas. Enquanto eu estava no Santos, eles convocavam dirigentes, treinadores, preparadores físicos, sabe? Escutavam todos para formular a tabela do campeonato. Aqui na federação carioca eles definem por eles próprios.

E eu não vejo qualquer tipo de evolução. É uma federação que não tem ideias. O que eu acho é que é uma grande mamata ali. Um feudo. Não vejo absolutamente nada em termos de ideias. Enquanto a federação paulista tem ideias e tenta coisas novas. Enquanto eu estava no Santos, eles convocavam dirigentes, treinadores, preparadores físicos, sabe? Escutavam todos para formular a tabela do campeonato. Aqui na federação carioca eles definem por eles próprios.

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Federação paulista como exemplo

A federação carioca, de acordo com Autuori, só pensa em benefício próprio, escanteando os interesses do futebol do Rio.

— Você vê… o Bandeira (ex-presidente do Flamengo) estava brigado com a federação. Aí eles criavam problema com a administração do Bandeira. Saiu, entrou o Landim. E o Landim está babando o ovo deles. Então eles só têm como objetivo o interesse deles próprios. A outra coisa é o seguinte: jogadores são descartáveis. Não há a mínima preocupação de salvar a integridade dos jogadores quando você define uma volta completamente fora de propósito, onde todo o Brasil tem os mesmos problemas. Tem os problemas dos contratos das equipes pequenas.

— Você vê a Inter de Limeira, lá em São Paulo, perder jogadores. O Mirassol perdeu jogadores. E você não vê esse açodamento em voltar. Então não vejo qualquer justificativa que faça o Carioca voltar agora. E campeonato vai ter que parar para esperar o Brasileiro começar. E ele só vai começar quando os outros Estaduais terminarem. Então o que vai se fazer neste tempo parado, quando seria muito mais sensato, em ritmo de jogo, terminar logo os Estaduais e começar o Brasileiro? Todos vão fazer isso, menos o Carioca.

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Silêncio dos jogadores

O silêncio dos atletas no debate, para Autuori, pode ser explicado pelo desconhecimento dos próprios da força e peso que possuem.

— Muitos deles são ameaçados e ficam receosos de falar qualquer coisa, essa é a realidade. Por isso aqueles que têm maior peso deveriam tomar frente, porque os atletas não sabem a força que têm. Por parte de alguns membros da federação do Rio, houve uma enorme falta de respeito com comentários sobre os clubes; o Botafogo é um clube histórico, como seus coirmãos também são. Tem que respeitar! É muito baixo nível.

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Foto: Vítor Silva / Botafogo

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Sobre Diego Mesquita 1552 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

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