

O técnico Eduardo Barroca não resistiu à derrota no clássico contra o Fluminense — a quarta consecutiva — e foi demitido do comando técnico do Botafogo.
Contratado em abril sob regime CLT, Barroca não tem multa a receber. Ficam pendentes, no entanto, os salários de agosto e setembro. O vínculo do treinador com o Botafogo valia até o final de 2019.
Barroca iniciou o trabalho de forma promissora. Foram três vitórias nos primeiros quatros jogos no Brasileiro — Fortaleza, Bahia e Fluminense.
O técnico deixa a equipe com aproveitamento de 40%. Durante a passagem, foram 27 jogos, com 10 vitórias, 3 empates e 14 derrotas.
O Vice de Futebol Gustavo Noronha foi o responsável por comunicar, em entrevista coletiva, a decisão de troca no comando. Confira:
Saída de Barroca
— Confiança no trabalho do Eduardo Barroca sempre existiu, o conhecemos há muito tempo, é vencedor na base do Botafogo e por onde passou. Fez um grande trabalho no Corinthians, a saída dele foi lamentada no Corinthians. Mas a gente vinha de uma sequência muito negativa, quatro derrotas nesse segundo turno. Houve um consenso na diretoria de que nesse momento precisávamos de uma mudança.
Interino
— Assume o Bruno Lazaroni. A diretoria vai se reunir mais uma vez para avaliar alternativas para comandar a equipe.
Próximo técnico
— Conversamos muito com o Anderson, que é o nosso diretor técnico e que de fato comanda essa área técnica do Botafogo. O Botafogo tem há muito tempo adotado uma política de profissionalismo. Não é uma diretoria que toma decisões abruptas ou precipitada.
— Não vamos buscar o profissional A, B ou C porque o presidente ou o vice de futebol querem. As decisões são tomadas de acordo com os nossos atletas e com a montagem que foi feita do nosso elenco. Vamos buscar um profissional adequado com a nossa forma de jogar.
Conversa sobre novo técnico
— Com relação ao perfil de treinador, a gente vem conversando já há algum tempo, não são conversas recentes. Já conversamos ao longo da trajetória, tivemos algumas conversas. Sabemos como Anderson pensa e a filosofia do Botafogo. Temos limitação orçamentária. Não discutimos com os jogadores nenhum perfil, seria absolutamente desrespeitoso com o profissional que acabou de dirigir o time. Não é o caminho.
Sumiço nos últimos episódios no Clube
— Em relação a este episódio, fiz uma viagem profissional nos últimos 15 dias, mas estava comandando o processo. Todos sabem que jogadores fizeram o protesto para não falar na sala de imprensa. Mas eu sou dirigente do Clube, sou obrigado a expor os patrocinadores.
Dificuldade orçamentária
— Botafogo tem que viver com a sua realidade orçamentária. Claro que vai se fazer um esforço, o Botafogo precisa encontrar um caminho. Mas sem fazer loucuras. Vocês já estão acostumados. Botafogo vem trabalhando sem fazer novas dívidas. Se formos ver o perfil de endividamento do clube, as últimas gestões não vêm aumentando a dívida do clube. Vêm sim transformando em um clube gerenciável.
— Se nós não fizéssemos essa trajetória, o Botafogo não seria atrativo e não daria esse passo. Não poderíamos contratar um treinador de R$ 1 milhão por mês. Investidores olhariam para cá e não entenderiam. Os investidores disseram a nós: “Não esperamos uma loucura de vocês”. Por exemplo: o Botafogo, sem orçamento, pensa em uma contratação de um treinador caro. Os investidores usaram conosco o termo do Regular Course of Business, para não sair desse curso de responsabilidade.
Perfil do treinador
— Com experiência, sem dúvida. Eu não reputo ao Barroca a inexperiência. Não quer dizer mais velho de idade necessariamente.
O próximo compromisso do Botafogo no Brasileiro será na quarta (9), contra o Goiás, às 19h30, no Nilton Santos.
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