Na pergunta que fechou a coletiva após a vitória do Fluminense sobre o Vasco por 2 a 1, no Maracanã, o técnico Fernando Diniz foi provocado a refletir sobre a invasão dos técnicos estrangeiros no Brasil e citou o Botafogo. Para o ex-técnico da Seleção Brasileira, no País há uma paciência maior com profissionais de fora e pediu cuidado com os riscos. (veja o vídeo no final da matéria)
— Vocês [imprensa] são formadores de opinião e participam muito, de maneira geral são os que mais batem nos treinadores. Vai vir um monte de treinador estrangeiro e aqui a moda é o seguinte: vai vir aqui, não vai ganhar e vai ser mandado embora. Quantos treinadores o Botafogo já teve, e o Cruzeiro? O cara vem, perde… Acho ridículo isso que aconteceu com o Carpini e como acontece com os estrangeiros também. Não é que não serve o brasileiro. Ninguém serve. Só se ganhar. O Abel está aí porque é bom, mas porque ganhou. Teve momentos aí que se não ganha uma ou outra Libertadores, existia pressão e podia ter acontecido algo diferente – iniciou.
Bruno Lage
— É uma análise de resultados. A moda é treinador estrangeiro. Mas como vai ganhar um e os outros dois ou três vão para Libertadaores, os estrangeiros vão ser ruins e vão ser mandado embora. Mas provavelmente vão buscar outros estrangeiros. É algo alimentado. Tem um monte de treinador brasileiro bom. Um monte. Mas a gente tem uma paciência menor. O Roger Machado, que na minha opinião é um ótimo treinador, ficou um tempão aí fora. Zé Ricardo, Barroca, Vagner Mancini… todo mundo é bom treinador. Mas a gente acha que é bom só quem ganha. O Bruno Lage, por exemplo, que veio para o Botafogo, é excelente treinador. Se você for na Europa e perguntar quem tem mais currículo, ele tem muito mais currículo que muitos aqui. Mas veio no Botafogo, entrou no meio de uma confusão, campeonato difícil. Quem é bom?
— Acho que precisamos rever, porque é a profissão. Quando vem um treinador estrangeiro, que são bem-vindos, vem uma comissão técnica, daqui a pouco vem gerente, assessor de imprensa, vem todo mundo. E aí a vira país colônia também, extrativista total. Então a gente tem que ter um pouco mais de cuidado que infelizmente temos muito pouco. Não acredito que essa relação é justa em relação aos brasileiros.
Bruno Lage no Botafogo
O português Bruno Lage chegou ao Botafogo para substituir o conterrâneo Luís Castro e comandar o Glorioso ao título na reta final do Campeonato Brasileiro. No entanto, não conseguiu resultados, além de acumular problemas de gestão de grupo. Deixou o clube com 42% de aproveitamento, 15 jogos com quatro vitórias, sete empates e quatro derrotas.
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