Em entrevista coletiva após a derrota do Botafogo por 3 a 1 para o Junior Barranquilla, o técnico interino Fabio Matias avaliou a atuação da equipe. O jogo, aliás, marca a despedida dele à frente do comando. Artur Jorge, que acompanhou a partida no Estádio Nilton Santos, assume a equipe.
— Dentro do processo diário nosso estava tudo controlado. Os atletas também interpretam e entendem isso da melhor forma. Até o presente momento, as escolhas, todas as determinações, tudo que foi ajustado em relação à equipe, em relação à ideia e modelo, parte da minha liderança. Então, se aconteceu hoje a derrota, a possibilidade maior é de quem está frente do comando no momento, que é minha. Então, não vejo essas relações externas prejudicando a questão do trabalho.
— Foi um dia ruim, foi um dia péssimo. Concordo que a intensidade e a agressividade que a gente vinha executando nos jogos anteriores não tivemos hoje. Contra o Red Bull a gente competiu muito, inclusive com o jogador a menos. Temos mais cinco jogos para fazer. Então, a gente perdeu esse primeiro, a gente tem a condição total de reverter. Todos estão mobilizados para poder trabalhar e para poder dar uma resposta para o torcedor, porque o torcedor quer essa resposta dentro da Libertadores, e na semana que vem também se inicia o Campeonato Brasileiro – afirmou o treinador interino do Alvinegro.
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Falta de foco
— Não foi um jogo bom, principalmente pelo primeiro tempo, e isso é óbvio, a gente sabe disso. Entramos um pouco desfocados, entramos um pouco dispersos, isso faz parte também, infelizmente. Isso nos prejudicou muito. Essas questões do espaço (deles) a gente havia detectado, a gente faltou um pouco de fechar no ajuste da zona central nossa, ali dos médios, em termos de ocupação de espaço. A gente ficou muito mais com umas referências individuais do que referências do espaço, do jogador que estava ali – disse Matias.
Adversário
— O time deles foi cirúrgico, teve as oportunidades, teve as chances, fez o gol. O nosso atacar marcando na relação da última linha, em alguns momentos foi prejudicado um pouco. Com pouco de falta de pressão ou de ajuste da primeira linha da nossa equipe. Isso a gente já vinha batendo há algum tempo já para poder ajustar. No intervalo fizemos a correção. A gente precisava ter um pouco mais de paciência, jogar um pouco mais pelos corredores, ter um pouco mais largura de campo, fazer o jogo andar com uma velocidade um pouco maior.
— Até os 20 minutos do segundo tempo a gente conseguiu ter essa velocidade e não fez o gol. Depois aí a energia, automaticamente, caiu e a gente foi buscar pelo menos o segundo para tentar buscar o empate, mas não conseguimos. Mas que sirva de lição para os outros cinco jogos para classificar dentro de um grupo que vai ser bem disputado, bem difícil – disse o treinador interino do Botafogo.
Marcação sobre Júnior Santos
— A gente sabia disso, teve sim, eles tiveram um movimento interessante no corredor, coberturas foram montadas. Mas não conseguimos interpretar o jogo. Fizemos movimentos que não foram treinados. Jogadores sairam dos espaços organizados, para outros espaços. E isso facilitou o adversários. Vínhamos de um processo coletivo, e não dependentes de um único jogadores. Jogadores estavam fora do timing e do lugar, e isso dificultou.
Desequilíbrio da equipe
— A gente teve um desequilíbrio como equipe, infelizmente isso aconteceu hoje. Esse momento, esse jogo, talvez seja o momento ideal para ter isso. Estamos todos chateados e tristes. Estou com sentimento muito ruim em relação a isso. Vamos ter as reuniões com o Artur, e eu olho muito o entendimento e interpretação do jogo, que é nosso ponto principal. Em alguns momentos desse comportamento, ele oscila. São atletas inteligentes, mas em alguns momentos do jogo precisamos evoluir isso. Fizemos essa mudança em alguns jogos, de interpretar o jogo em si. E fizemos isso, mas a capacidade de passar é nossa, e de interpretar é deles. Atletas têm capacidade para isso.
Emocional
— Falar em “emocional” (tema da pergunta) é muito vago, é justificar uma coisa que teve uma oscilação, e a oscilação aconteceu no jogo de hoje, então a interpretação, esse entendimento nosso. Precisamos evoluir isso, de fato. A gente fez isso durante vários jogos. A gente tem que ter uma questão mesmo de entender, interpretar e visualizar o jogo em si, e dentro disso a gente não conseguiu executar. Falar de emocionalmente frágil, emocionalmente… não, esquece, esquece isso. Esquece porque isso é uma coisa que eu não consigo enxergar somente isso. Aliás, eu acho que isso é muito pobre. Muito pobre se justificar sempre na questão emocional.
O Botafogo volta a campo contra a LDU, na próxima quinta, 11, às 19h, em Quito, pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores.
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