Um anúncio do Botafogo pegou muitos de surpresa. O comentarista Raphael Rezende, de 37 anos, para o cargo de Head Scout. O profissional se despede do Grupo Globo depois de quase 16 anos.
Licença B
Formado pela Escola de Comunicação da UFRJ, Raphael também é graduado em Gestão do Futebol, na Universidade do Futebol. Além disso, possui a licença B da CBF, que o permite treinar times no Brasil.
Desde fevereiro de 2006 no canal por assinatura Sportv, Raphael já vinha fazendo, informalmente, na última temporada, durante a Série B, o que virá a fazer agora como funcionário do Botafogo. Isto é: mapeamento de mercado para contratação das melhores peças, que se encaixem mais facilmente no time, segundo as características de cada jogador.
Rezende indicou ao clube, por exemplo, as contratações dos volantes Luis Oyama e Barreto e do atacante Diego Gonçalves. O trio se destacou na vitoriosa campanha do Alvinegro na Série B.
Embora pouco comum no futebol brasileiro, o cargo de Head Scout é muito difundido na cultura de outros esportes, como é o caso do baseball, retratado no filme “Moneyball”.
‘Me vejo atuando em clube’
Em entrevista recente ao jornalista Bernardo Gentile, do UOL, Rezende afirmou que acreditava na possibilidade de, futuramente, aventurar-se ocupando algum cargo em clube.
Apesar do desejo de pôr em prática o que aprendeu o encorajar, Raphael disse não desconsiderar a seriedade da decisão. Afinal, sua função no SporTV lhe garantia uma estabilidade que dificilmente é encontrada como dirigente no futebol brasileiro.
— Eu sei que o mercado é, de fato, até muito mais complexo do que o do jornalismo. Mas eu me vejo, por exemplo, ali na frente, pensando em uma oportunidade de aplicar o que eu acredito dentro de um clube. Pode ser em um clube buscando recuperação. Ou vindo de baixo para cima. Um projeto novo como é de clube-empresa no Brasil e que tem boas referências ou um gigante sofrendo. Enfim, as formas são diversas. Estou aberto a uma possibilidade de conversar sobre isso, de evoluir, de ter uma oportunidade de aplicar essas coisas que eu acredito. Ser um agente transformador onde quer que eu esteja e não necessariamente no jornalismo.
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