Thierry Figueira se desculpa por Yaya e projeta Botafogo S/A

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Thierry Figueira Botafogo SA
Foto: Reprodução

Durante uma live no YouTube com Rica Perrone, o empresário botafoguense Thierry Figueira admitiu precipitação ao anunciar, em tom entusiasmado, o acerto do Botafogo com Yaya Touré.

Reprodução Instagram.

— Eu achava que tinha uma informação privilegiada sobre o Yaya. E pedi autorização para quem cedeu e aí fiz uma brincadeira no Instagram. Eu sempre guardei muito bem as coisas que eu fico sabendo antes do Botafogo, mas não faço mais este tipo de brincadeira. Acabou que o cara não veio.

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Na sequência, Thierry revela que foi cobrado por torcedores no clássico contra o Flamengo, no Maracanã.

— Eu fui para o jogo e os torcedores me cobraram: “cadê o cara?”. Aliás, eu não consigo entender porque que a torcida não vai contra o Flamengo. Se tem um jogo que eu gosto de ir é contra eles. A gente pode estar jogando com ninguém e eles com uma seleção, que eu vou estar lá. A não ser que eu esteja trabalhando ou algum problema de saúde com as minhas filhas. Enfim, tomamos aquela porradinha dos caras e vagabundo já queria entrar numa comigo porque eu falei que o Yaya viria. Fica aqui meu pedido de desculpas.

Graças ao episódio, Rica Perrone atribuiu a culpa a Ricardo Rotenberg, membro do comitê de futebol. Segundo o jornalista, o dirigente foi infeliz ao declarar que só viajaria para negociar se fosse com Sadio Mané, do Liverpool.

— Nosso querido Rotenberg se eu não me engano. Tem muito amador em todos os clubes do Brasil. Enquanto a gente não entender que essa profissionalização precisa acontecer, os clubes vão ficar neste limbo. O Flamengo deu esse pontapé e acendeu a luz para os outros times. Esse movimento da S/A do Botafogo, o Flamengo tem uma parcela positiva nisso.

Confira outras declarações da entrevista:

Base Botafogo

— A história da formação é incrível. A pessoa que toma conta da base do Botafogo hoje, senão me engano é o Manoel Renha, é um cara fantástico. É uma das pessoas que está empenhada para que a história da SA dê certo, inclusive. Ele acredita na profissionalização. O problema de não revelar é muito maior. Falta estrutura. O Flamengo, com uma base monstra, acaba levando os jogadores de todos os clubes. Um jogador do Botafogo hoje se destaca no Sub-15, o Flamengo leva. O Fluminense é o que melhor consegue dar uma segurada. Os problemas são muito maiores do que podemos imaginar.

Thierry Figueira Botafogo SA
Thierry Figueira acredita que S/A é o único caminho para o Botafogo. Foto: Reprodução

Botafogo S/A

— Acredito que tenha investidor próximo, mas não tenho como te afirmar isso. Eu não sei. Acredito muito no Carlos Augusto Montenegro (membro do comitê de futebol). É um cara apaixonado pelo Botafogo, o que às vezes até atrapalha um pouco. Ele foi um cara vitorioso na vida profissional dele. Temos que dar esse crédito até por tudo que ele fez pelo Clube. Vamos deixar ele formatar essa história de maneira profissional, como ele fez com as empresas dele, que hoje estão entre as maiores do País.

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Montenegro

— Ele é um dos grandes mentores da Botafogo S/A. Erra? Claro que erra. Mas acerta muito mais do que erra. As pessoas não sabem, na real, como é que funciona. Na hora do vamos ver quem é que chega junto e quem segura a onda.

Grandeza x risco de apequenamento

— O Botafogo ainda não corre risco porque ainda tem a torcida. A torcida do Botafogo é sinistra. Se você for parar para pensar quanto tempo a gente não ganha significativo.

Loco Abreu

— O SporTV reprisou a final da Taça Rio de 2010. A arquibancada estava dividida há 10 anos. A torcida do Botafogo mostrou na Libertadores aí, todos os jogos lotados. Em 2019, quando perigou ser rebaixado, lotado. Quando precisa a gente chega junto. Por isso que eu ainda tenho esperança. A gente ainda tem os 3, 4 milhões de apaixonados. É o maior patrimônio de todos os clubes.

Torcida

— O que faz você renovar a torcida são grandes ídolos e títulos. E por isso que cada vez mais a gente fica nessa curva de torcedor espremido. A gente fica aqui com filhos botafoguenses cada vez mais fazendo lavagem cerebral. Porque como é que faz, com esse time horroroso? Ano passado, por exemplo, não dava para ver. Você passava mal. O time era feio demais. Como é que você sai da sua casa, paga ingresso, vai lá para o Engenho de Dentro, pega ônibus, trem para ver um desespero de um time? Não é fácil ser Botafogo.

Expectativa para temporada 2020

— Eu acho que é mais um ano que a gente tem que trabalhar para não ficar entre os quatro últimos do campeonato. Essa é a vitória, até para dar tempo da história da S/A se concretizar e que a gente possa, enfim, respirar novos ares.

Planejamento

— Isso é o que falta. Se você não tiver planejamento, esquece. Como para tudo na vida. Eu nem sou muito um cara bem planejado não, mas felizmente tenho minha família e sócios que planejam muito bem. Mas o Botafogo não tem planejamento nenhum. Até em termos de contratação. Passamos 2019 sem laterais. Viemos para 2020 sem lateral de novo.

Mudança de mentalidade

— A mudança no Botafogo tem que ser de mentalidade. A gente precisa ser criativo, diferente em outros quesitos. Um clube ecologica e socialmente correto., por exemplo. Ele tem que se renovar em tudo. A mudança tem que ser geral, mas isso demora um tempo.

Política do Botafogo

— Não vou me meter nisso não. Para isso, eu tenho que estudar muito. Eu vejo o que o Carlos Augusto passa aí. É muito maluco! Eu não um cara resolvido financeiramente para poder me dedicar ao Clube. Mas o Botafogo pode sempre contar comigo independentemente do lado político. A gente tem que estar do lado da instituição sempre.

Cobranças a Renato Silva (zagueiro)

— Uma vez a gente tomou uma porrada do Goiás, 3 a 0, no Maracanã. Nós fomos embora no meio do segundo tempo. Na saída, encontrei o Renato Silva. Virei para ele: “vou te falar uma parada do fundo do meu coração: mete o pé! Porque amanhã você vai embora, mas a gente fica. O jogo nem terminou tu tá aí rindo, cagando para o Clube. A camisa continua. Sai fora agora”. Nós vamos sempre continuar. Isso é um amor meio maluco.

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Sobre Diego Mesquita 1556 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

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