Há um mês, quando apresentou o técnico Paulo Autuori, o Botafogo sinalizou indiretamente ao mercado a opção pelo profissionalismo — ainda que tenha decidido pelo nome entre 30 outros possíveis, o que por si já deixa evidente a falta de planejamento. Para dizer o mínimo.
Conhecido por não abrir mão de seus princípios e valores, Autuori invariavelmente interrompe trabalhos no início, sobretudo no Brasil. Foi assim no Vasco
(3 meses), no Fluminense (5 meses), e mais recentemente no Santos (5 meses). E caminha para o mesmo desfecho no Botafogo, pelo qual afirmou ter optado por gratidão.
Explico.
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Paulo Autuori é um profissional na acepção da palavra que, ainda que não tenha percebido até aqui, está inserido num contexto mais do que amador, varzeano.
Avesso às redes sociais, o treinador talvez desconheça que ali são consideradas indicações de jogadores e discutidas — abertamente — negociações. Ou ainda que vídeos de anúncio vazam inexplicavelmente.
No departamento de futebol do Botafogo, fala-se muito em “oportunidade de mercado”. A contratação de Paulo Autuori, portanto, deve ser considerada como tal. Correr o risco de perder um profissional por tão pouco, às vésperas de virar S/A, é pouco prudente.
Medir o tamanho do Clube após um negociação frustrada diz mais sobre desespero do que sobre esperança. Antes bradar aos microfones, é preciso que se tenha, para si, a real dimensão da responsabilidade de representar uma instituição centenária com mais de 4 milhões de torcedores.
Sem conquista revelante desde 1995, resta ao Botafogo e seus representantes — de ocasião — respeito pela instituição que tanto fez ao futebol do País, sob o risco de deteriorar ainda mais a marca.
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