Após reunião do Conselho, VP de finanças faz balanço sobre Botafogo S/A

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Novis fez balanço sobre Botafogo S/A. Foto: Reprodução

O Conselho Deliberativo do Botafogo se reuniu, na noite desta terça (24), para discutir a implementação do modelo clube-empresa, a Botafogo S/A, a partir de 2020. Com o salão nobre de General Severiano lotado, os conselheiros foram apresentados ao chamado “Projeto Investidores”.

Ao final da sessão ordinária, Luiz Felipe Novis, VP de finanças do Clube, conversou com a imprensa e fez um balanço da Botafogo S/A. Confira:

O que pode dizer sobre o Projeto Investidores?

— Existem acordos de confidencialidade, principalmente com as empresas que estão sendo ou já foram contratadas. Estes acordos têm que ser respeitados. Isto tem um capital intelectual envolvido. O que eu posso dizer é que o objetivo principal agora é gerarmos uma quantidade de informações que, efetivamente, demonstre ao mercado que o futebol do Botafogo é algo viável, que fica de pé. As palavras não são minhas: o problema hoje no Botafogo não é de gestão. Então não significa que nós não chegamos aqui sem que o problema tenha sido de gestão. Foi de gestão, mas neste momento não adianta trazermos uma equipe de gestores de primeira linha se não vierem os recursos necessários, porque nós temos uma dívida muito grande. Essa dívida dificilmente será paga em tempo razoável com os resultados operacionais do Clube.

Então, o que está se buscando aqui, são dados suficientes para irmos ao mercado para poder despertar o interesse de investidores que venham para cá. Estes investidores é que vão montar a SPE ou a estrutura que eles acharem mais adequeada. A SPE é uma sugestão que foi dada no estudo. Mas no fundo pode ser outra coisa. Enfim, quem vai definir isso é quem achar que tem um bom negócio na mão e vai efetivamente aportar o capital necessário.

É claro que isso tem que ser feito de uma forma que garanta ao clube receber daqui a 30 anos o Botafogo em condições melhores do que estamos entregando. Ou seja, não somente a dívida paga, mas a performance esportiva do futebol seja boa. Estamos entregando o Clube na Série A, temos que garantir que não vamos receber numa Série C, por exemplo. Mas são detalhes que ainda vão ser discutidos.

Nesta primeira fase, o resultado do trabalho que está sendo feito é um business plan, que permita mostrar a investidores nacionais ou estrangeiros, que temos um bom negócio. A contrapartida é o pagamento da nossa dívida. É simplesmente isso.

Quem é Laércio Paiva?

— É um grande botafoguense, é oriundo de torcida organizada. Nós tivemos a felicidade de encontrá-lo, de tê-lo conosco. E começamos um trabalho ano passado. Já tínhamos começado a elaborar um plano B ao trabalho que foi feito pela Ernst & Young. E no final, o que fizemos foi juntar um pouco das ideias que havíamos desenvolvido com o estudo contratado. Algumas partes casavam. A gente precisa de uma pessoa que não está no dia a dia do clube, altamente competente, dedicado, trabalhando por amor ao Clube. Foi um achado! Ele fica dedicado a fazer essa coordenação para que esse trabalho seja feito no tempo necessário.—a

Nota: Laércio Paiva é integrante do Projeto Investidores e um dos responsáveis pela prospecção do plano de negócios do Botafogo

Prazo do projeto

— Na verdade, a entrega do business plan encerra uma primeira etapa. A segunda etapa virá já com uma rodada de captação de investidores. O ideal é que ela corresse até o final do ano, ou seja, do início de outubro até o final do ano, para que a gente já pudesse em 2020 já ter essa coisa mais formatada. Essa é a expectativa.

Nota: na sessão do conselho, o prazo estabelecido para finalização do business plan foi 14/10.

Captação

— A gente pode, sob determinadas condições, encontrar grupos de investidores independente do estudo. Investidores que já conhecem profundamente do que se trata. E eles podem, simplesmente com informações mais básicas do nosso balanço, ou mesmo o trabalho da Ernst, entender aquilo e se interessar. Enfim, essa é uma alternativa que pode acontecer também. E que parte dessa equipe de pessoas está procurando também esses investidores, em paralelo com o plano de negócios.

Possíveis investidores

— Não posso responder porque aí já vamos entrar numa questão de confidencialidade. O que eu posso dizer é que já há alguns contatos, tem gente interessada, mas estamos no início. Acredito que o final do trabalho, sim, a gente vai ter uma coisa mais consistente para mostrar para uma gama maior de investidores no mercado.

Aportes ainda em 2019

— Tem essa possibilidade. Isso seria interessante porque a gente, na verdade, resolveria dois problemas: o futuro, mas resolveria já o problema presente, que é fechar o ano bem. Esse trabalho pode gerar uma expectativa, um otimismo, que quem vier a aportar já comece a fazer uma ponte para um novo modelo. Isso é possível.

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Sobre Diego Mesquita 1556 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

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