Com a chegada de Caio Alexandre ao elenco profissional, o Botafogo tem
mais de 50% de atletas formados na base. Apesar da marca, o diretor da base Manoel Renha espera ter uma estrutura melhor na categoria e, por isso, torce pelo desfecho da Botafogo S/A.
Em entrevista ao repórter Luan Faro, da Super Rádio Brasil, Renha lembrou as dificuldades enfrentadas pela falta de estrutura do Clube, mas pontuou com otimismo o andamento do projeto de profissionalização do Botafogo.
Confira a íntegra da entrevista:
— É o momento dele. Último ano de Sub-20 dentro desse processo que o Botafogo tem, e até para uma necessidade do Clube. Recentemente a base já cedeu o Lucas Barros e o Rhuan. Chegou a vez do Caio. Até porque temos pouca possibilidade de passar para a segunda fase do Brasileiro Sub-20, então o Barroca entendeu, e a gente concordou com ele que, até para uma preparação melhor, em função das limitações que a gente tem na base, o quanto antes ele subisse, melhor. Então daqui para o final do ano ele já vai poder ganhar mais massa muscular, que é uma das grandes limitações que a gente tem.
A gente gostaria de entregar o atleta mais pronto para o departamento de futebol profissional. Mas em função das limitações que a gente tem na base, a gente deixa a desejar do que gostaríamos de entregar. Normalmente o que gente vê que em três, quatro meses, o atleta acaba ganhando mais massa magra e diminui percentual de gordura, e cresce fisicamente, que é importante hoje no futebol. O jogo hoje é bastante intenso. Além da qualidade técnica, que é o principal, você tem que ter o condicionamento físico também bastante adequado.
Me frustra bastante aqui na base, mas infelizmente dentro da realidade do Clube, a gente tenta entregar da melhor forma possível, mas sei que a gente está entregando como deveria. O próprio fisiologista do profissional fala que normalmente quando chega um menino da base, precisa de três, quatro meses trabalhando toda essa parte para conseguir colocá-lo em condições para entrar em campo. Mas com a necessidade e a demanda que tem, muitas vezes você corre o risco de queimar o jogador se você escalar precipitadamente. No caso do Caio Alexandre, acho pouco provável ele jogar ainda este ano no profissional, mas vamos aproveitar esse final de ano para antecipar esse processo e na temporada que vem ele já estar com condições físicas e musculares mais adequadas.
Interesse do Corinthians em Caio Alexandre
O Barroca trabalhou com o Caio no Botafogo. É um jogador que tem as características que ele gosta. Quando o Botafogo demonstrou nesses jogadores emprestados — Jean e Moisés —, ele sugeriu ao Corinthians tentar essa negociação. É um menino que a gente aposta, mas tem que evoluir muito ainda. Então não está pronto para chegar e entrar numa equipe profissional e ser o destaque. Enfim, faz parte do processo. Mas ele tem muita qualidade, potencial. Tem oportunidade da fazer bons treinos, inclusive na seleção brasileira profissional. Mas isso era um projeto que o Tite estava coordenando, para cada convocação ele chamava um ou outro atleta do Sub-20 que vinha tendo destaque na sua equipe. Ele tem potencial, tem possibilidade. Agora é uma evolução e tomara que aconteça. Vamos torcer para isso.
Situação do CT
Está caminhando, mas não no ritmo que gostaríamos, por uma questão de recursos financeiros. Até o final do ano, acredito que a primeira área dos campos fique pronta. Vamos ver. Acho que aí passa também por esse projeto de captar investidor para o futebol, que alimentem o CT também. Dentro do valor estimado, uma parte ia para conclusão do CT, que é primordial para conseguirmos evoluir na base. Nas condições que temos hoje, fica difícil subir para um outro patamar. Preciso ter mais estrutura para poder não só cobrar, mas também tentar chegar a um patamar mais elevado. Então o CT é fundamental para isso.
Projeto investidores
Tem uma equipe de trabalho, que está sendo liderada por uma pessoa. Tem reuniões semanais para montar o business plan e ir ao mercado. O projeto deve ficar pronto entre final de setembro e início de outubro, para poder levar efetivamente aos investidores e apresentar o modelo, porque a ideia é ficarem 30 anos com a parte de futebol do Botafogo.
O plano de negócio fica pronto até, no máximo, dia 10 de outubro. E aí vão ao mercado captar. Já tem alguns contatos de algumas empresas, mas sem isso fica difícil desses investidores darem um próximo passo, porque eles precisam entender qual é o modelo, tanto na parte financeira quanto na parte jurídica. É isso que posso passar nesse momento. Estamos correndo com isso. É muito importante acontecer na perspectiva de dias melhores. Por enquanto o dever de casa está com a gente, e esperamos que até dia 10 de outubro, no máximo, isso esteja pronto para poder, aí sim, começar a apresentar e evoluir naqueles que acham que o modelo está interessante e factível.
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