Em live nesta quarta, 13, a PLURI Consultoria analisou as finanças do Botafogo. Com participação de Fernando Ferreira, diretor da empresa e Munir Dargham, analista de mercado da PLURI, o estudo se aprofundou nos números da última decada do Clube.
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Com uma dívida estimada em R$ 1 bilhão, o Alvinegro sonha com a implementação da Botafogo S/A para voltar a respirar. Para Fernando Ferreira, a única saída do Clube é ter injeção de capital externo para resolver as despesas.
— A melhor estratégia do Botafogo é seguir o projeto da EY, que seria antes sanar o Clube e depois ir ao mercado – disse.
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A PLURI também pontuou os principais itens de melhora e piora das finanças do Botafogo.
Principais itens de melhora
Receita bruta subiu 17% para R$ 213,6 milhões
Receita com vendas de atletas subiu 41% para R$ 38,8 milhões
Receita com matchday subiu 38% para R$ 16,7 milhões
Receita com marketing + comercial 47% para R$ 9,3, milhões
Relação dívida líquida / receitas totais caiu 3,85x
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Principais itens de piora
Receita com Transmissões caiu 14% para R$ 81,3 mi
Envividamento líquido subiu 7% para nível recorde de R$ 893,1 milhões
Despesas totais subiram 17% para R$ 234,4 milhões, nível acima da taxa de crescimento das receitas
Despesa financeira líquida subiu 19% para R$ 37,8 milhões
Necessidade de capital de giro subiu R$ 270,6 milhões
Déficit do exercício subiu 21% para R$ 20,8 milhões
Passivo a descoberto subiu 3% para R$ 729,2 milhões
Veja outros trechos da análise:
Clube-empresa x clube associativo
— Não podemos ter a ditadura do associativismo. No Brasil você não pode, efetivamente, virar um clube-empresa. É preciso fazer um puxadinho. É preciso que o clube possa escolher, inclusive. Não acho que Flamengo, Internacional e Grêmio, por exemplo, não precisem virar. Por uma característica. Hoje no futebol brasileiro você só pode ser clube associativo. O clube europeu, que tem acionista, hoje na pandemia, pode recorrer a ele para resolver o problema. E os clubes associativos?
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TV como principal receita
— Você tem que ter um negócio mais bem distribuído. O Botafogo depende muito de TV. Você não pode ter 50% de dependência da TV. Para este momento, na terra arrasada que a covid-19 gerou, não é de todo ruim. Porque você não tem bilheteria, venda de jogador. Mas fora deste cenário, é preciso fomentar outras receitas. De fato, a receita do Botafogo vindo do torcedor é muito baixa. Clubes muito menores têm melhor performance neste quesito.
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Receitas diretas
— Aquelas que vêm do bolso do torcedor, PPV, loja própria, bilheteria, sócio-torcedor. R$ 43 milhões é o valor que o Botafogo teve de receita no ano. É muito baixo! O Bahia tem um número melhor que esse, o Fortaleza. É um trabalho que tem que ser feito.
Venda de jogador
— Explica boa parte do problema histórico de receitas do Botafogo. O ano que o Botafogo mais faturou foi 2013. Em 5 anos, o Botafogo teve R$ 84 milhões de receita com venda de jogador. O Vasco, que vendeu mal, fez R$ 185 milhões. O Flamengo, em três anos, fez R$ 700 milhões de receita com venda de jogadores. A venda de jogador do Botafogo é historicamente muito ruim. Quando você faz uma venda ruim, é uma coisa. O Botafogo vende mal o tempo todo. É a raiz do problema. O clube não visita o mercado de venda de jogadores, ainda que esteja no mercado que mais fornece atletas para o futebol mundial. O que o Santos recebeu pelo Rodrygo, o Botafogo precisou de 10 anos para receber.
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