Cuca garante: ‘Não morro sem ser campeão com o Botafogo’

Loja Casual FC
Cuca Botafogo
Foto: Vítor Silva / Botafogo

Doze anos depois de deixar o Botafogo, Cuca ainda mantém vivo o carinho que tem pelo Alvinegro. Em entrevista ao Canal do TF, parceiro do Fogo Na Rede, o técnico lembrou as passagens pelo Clube, de 2006 a 2008. Sob o comando de Cuca, o Botafogo encantou o país, embora não tenha conquistado qualquer título. Por isso, o treinador garante voltar para concluir a obra.

— É um lugar que vou para ser campeão. Eu não morro sem ser campeão com o Botafogo. O meu negócio com o Botafogo não é dinheiro. Eu quero ser campeão.

Cuca ainda relembrou os convites para voltar ao Clube e garante que não voltou por uma razão simples.

— Foram dois, três convites para voltar. Mas eu não vou resolver nada no Botafogo. Vai me levar achando que vou fazer o trabalho de 2007. Não se acha mais Jorge Henrique, Zé Roberto. Se eu fosse, em seis meses vocês torcedores estariam me xingando. Olha o Flamengo. O Jesus é maravilhoso, mas olha o que o presidente deu para ele. Imagina o Botafogo com os mesmos jogadores.

Veja mais trechos da entrevista:

Relação com Botafogo

— O Clube que mais gostei de trabalhar foi no Botafogo. Cheguei em 2006. Senti na pele a dificuldade que o time tinha e a gente montou um time melhor que o outro. Infelizmente não ganhamos. O que aquele Botafogo jogava era bonito, gostoso. Era como ir para uma obra de arte expôr o teu quadro. A gente ia para o jogo sabendo que ia jogar mais que o adversário. Faltou um pouco mais de plantel. Quando tivemos baixa, ficamos pelo meio do caminho.

Leia mais: Botafogo S/A pode acontecer em dezembro, acredita dirigente

Chegada ao Botafogo

— Minha chegada foi no Caio Martins. O Bebeto (de Freitas) me apresentou aos jogadores como a próxima vítima. Ele estava muito brabo com os atletas. Nós chegamos e ganhamos um clássico senão me engano do Vasco por 4 a 1. Em 2007 e 2008 nós montamos o elenco e foi aquele Botafogo bonito. Mesmo sem recurso. Lembro que havia vezes que o salário atrasava três meses. E o Bebeto falava: “não estou pagando porque não tenho dinheiro. Quando tiver eu vou pagar”. Teve uma vez que ele pagou cinco meses de uma vez só. A gente conseguiu criar no Botafogo uma família. Treinávamos e concentrávamos em General Severiano. Não havia Nilton Santos. A gente via o trabalho em campo. Isso era o mais gostoso.

Conheça a melhor linha retrô do Botafogo e ganhe 10% OFF com cupom FOGONAREDE

Zé Roberto

— Ele não era tão problemático. Ele tinha problemas com horário. Lembro daquele Botafogo com ele, com Jorge Henrique, com Dodô, Lúcio Flávio, Diguinho, Joilson. O Luciano Almeida fazia um terceiro zagueiro. O Juninho com aquela saída maravilhosa. Uma vez empatamos com o Flamengo 2 a 2. Nós tivemos 34 finalizações e o jogo terminou 2 a 2.

Cuca e Dodô durante treino do Botafogo em 2007. Foto: O Globo.

Proposta Colo-Colo

— Teve a proposta, quase o acerto salarial. Só que no Colo-Colo, eu estudei o time, gostei do que vi e disse que precisávamos fortalecer o time em duas ou três peças. A minha não ida foi em cima disso. Mas quero ir no futuro.

Leia mais: Interesse do Botafogo em Robben é destaque na Inglaterra; veja

Botafogo de 2007

— O Botafogo de 2007/08 era muito prazeroso. O Lúcio Flávio, por exemplo, era um dos jogadores mais inteligentes com quem trabalhei. Exemplar.

River Plate-ARG x Botafogo

— De tarde, fui numa loja na Argentina comprar um sapato azul com couro de lagarto. Estreei ele naquele jogo. Foi muito caro. Quando acabou o jogo, a bola veio picando para mim, eu dei um chute na bola e o sapato foi para torcida. Que raiva! Perdemos aquele jogo, cheguei no vestiário doido. Não deu para fazer nada. Fomos eliminados. Eu fui para o quarto, o Montenegro me chamou, achou que era melhor eu sair, mas que era melhor dizer que eu estava saindo. Eu concordei e falei para os repórteres que estava saindo. Ele pediu para facilitar a vida dele.

Leia mais: Rotenberg revela sondagem do Botafogo por Robben: ‘Ficou feliz’

Doping Dodô

— O doping do Dodô soube em Brasília. Íamos jogar com o Atlético-PR, estádio cheio. Nunca vou esquecer da torcida jogando “ão, ão, ão, Botafogo melhor que a seleção”. Estávamos jogando muito. O Dodô era o refinado do time. Muito inteligente para jogar. Junto disso, tivemos outras perdas, como do Túlio e o afastamento do Zé Roberto. Ele estava dando uns problemas e tivemos que buscá-lo de volta. Precisávamos ter um plantel mais forte. Se tivesse a experiência de hoje, pediria mais três jogadores para o presidente quando estávamos em primeiro. Não para ser titular, mas sim para ter peça de reposição.

Botafogo hoje

— Enxergo não do jeito que eu queria. O problema do Botafogo não é treinador, diretoria. Não sei explicar. A torcida é maravilhosa. Eu queria ver um Botafogo lutando por título todo ano. É esporadicamente que o Botafogo vai para uma Libertadores. É mais medo de cair do que de ser campeão. Estou tão esperançoso que venha a S/A para o Botafogo e ele dê esse ‘up’. Os outros clubes estão distanciando. O Botafogo tem que estar em cima sempre.

Cuca na Botafogo S/A

— Pode acontecer. Se o Autuori estiver no trabalho, é maravilhoso! Todo mundo fala maravilha dele.

‘Vice é o Cuca’

— Chorei muito nesse dia que a torcida do Botafogo cantou isso (em 2009). Minhas filhas também se emocionaram. Foi muito doído. No dia seguinte, falei que não havia acabado o campeonato. Acabou que o Flamengo foi para final, do mesmo jeitinho que havia sido nos outros anos, 2 a 2. Pensei: se perder, eu vou dar um pique que ninguém mais me acha. Vou até Curitiba correndo. O Bruno pegou dois pênaltis e o Flamengo foi campeão. Corri em direção ao Bruno e estavam os jogadores do Botafogo no chão. E eu levantei um por um, nem fui mais ao Bruno. Fui para coletiva e falei para torcida do Botafogo: a coisa que eu mais queria na vida era ter sido campeão com eles. Esse era o meu sentimento pelo Botafogo. A torcida gritou pela rivalidade com o Flamengo.

Jefferson

— Com ele, nós teríamos ganho coisas grandes.

Honda

— Uma incógnita muito grande em cima do resultado final. Torcendo para que dê certo. Espero que ele agregue dentro de campo.

Contratações na Botafogo S/A

— Se eu tivesse dinheiro, ia contratar os picas. De Neymar para cima.

Autuori

— Multicampeão, gestor de grupo. Se eu fosse o dono de um time e tivesse ele como treinador, eu dormiria tranquilo.

Barroca

— Torço muito para que ele dê certo no Coritiba. Falei para ele do carinho que tenho pelo Botafogo. Deus abencoe o Barroca. Ele é gente boa. Um dia quem sabe, no Botafogo mesmo, ele volte para concluir o trabalho.

Valentim

— Ele foi campeão com o Botafogo. Indiquei, ele foi campeão, vibrei para caramba.

Comentários

Sobre Diego Mesquita 1556 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*