Sandro admite: ‘Aprendi a amar o Botafogo no sofrimento’

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Sandro Barbosa Botafogo
Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press

Eleito para o time do Botafogo no século XXI, o zagueiro Sandro não esconde o carinho pelo Alvinegro dezesseis anos após sua última partida no Clube. Pernambucano revelado pelo Sport, o zagueiro acumula grandes camisas na carreira, inclusive a do Santos de Pelé. Mas foi com a do Botafogo de Nilton Santos que Sandro mais se identificou. Por uma razão curiosa.

Eu queria ser igual Nilton Santos, que começou e terminou a carreira no Botafogo. Eu queria ter tido este privilégio. Quando eu estava em Portugal, o pessoal queria que eu voltasse para o Botafogo, mas meu futebol já tinha caído e eu não estava mais à altura para jogar no Botafogo. Eu amo esse clube. O Botafogo é diferente. Aprendi a amar o Botafogo no sofrimento. Fui escolhido — disse em entrevista ao jornalista Wesley Machado.

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Grato à torcida que o elegeu para o time do século XXI do Botafogo, Sandro confessa que não esperava ter sido lembrado.

— Fiquei muito feliz. Ser escolhido o melhor zagueiro de Botafogo em 20 anos. Não esperava. Estou lá. Agradeço à galera do Fogão.

Veja os principais trechos da entrevista de Sandro:

Rebaixamento em 2002

— O sentimento era de revolta, indignação e tristeza. O time caiu porque ninguém recebia. Eu gostava de jogar no Botafogo. Claro que a gente tem de pagar as contas. Mas eu queria estar em campo. Eu jogava por amor ao Botafogo. Mas não pude jogar muitas partidas em 2002 por causa da cirurgia que fiz no joelho. Só que muitos ali não estavam preocupados com o Botafogo. No jogo contra o Guarani na penúltima rodada alguns jogadores forçaram a expulsão para não jogar a última partida. Teve jogador que chegou com gesso na perna sem ter nada. Eu, mesmo machucado, pedi para jogar o último jogo. O Botafogo ficou cinco meses com os salários atrasados e os dirigentes deram esse direito aos jogadores.

Sandro comemora gol contra o Marília, no Caio Martins. Foto: Reprodução.

Permanência no Clube na Série B

Era uma obrigação minha. A gente tinha levado o clube ao rebaixamento, mesmo, repito, eu não tendo jogado muitas partidas em 2002 por causa da cirurgia que fiz no joelho. Fiquei 2000, 2001 e 2002 muito tempo lesionado. Aí eu pedi ao Bebeto e ao Levi para disputar a Série B de 2003. Fiquei e graças a Deus a gente subiu o time para a 1ª divisão. Limpei a ficha, tirei um peso das costas. Era um time muito experiente, uma equipe de guerreiros, sem muita condição financeira. O que prevaleceu naquela Série B não foi dinheiro, foi a vontade de colocar o Botafogo na 1ª divisão. Só subiam dois e o quadrangular foi muito difícil, mas a gente conseguiu colocar o Botafogo de volta onde nunca deveria ter saído.

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Marca registrada

— Em 99 eu fiz um gol contra o Flamengo. O Botafogo como sempre brigando para não cair. Botafogo não, os dirigentes brigando para não cair. Porque o Botafogo não é para brigar para não cair. O Botafogo, a instituição, não tem culpa de nada. A culpa é dos maus dirigentes. Aí eu fiz o gol de falta e bati no braço e gritei: ‘Segunda não. Botafogo é primeira’. E naquele ano o Botafogo não caiu.

Caio Martins x Maracanã

— Eu gostava de jogar no Caio Martins. Mas eu preferia jogar no Maracanã. O Maracanã é encantador. Mas na Série B o Caio Martins foi muito importante.

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Muro dos ídolos

— Não paguei para estar ali. Nenhum ali pagou para estar. A maior conquista da minha vida é estar naquele muro.

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Sobre Diego Mesquita 1556 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

1 Comentário

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    parou o mundo e mudou a vida também da população.
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