Direitos de transmissão: especialista avalia posição do Botafogo

Loja Casual FC
Direitos transmissão Botafogo
Foto: Editoria Arte

Publicada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a Medida Provisória 984, batizada MP do Flamengo, segue em pauta no meio esportivo. A MP oferece aos clubes, entre os quais o Botafogo, a prerrogativa de negociarem direitos de transmissão das partidas das quais são mandantes. Diretor do Ibope, José Colagrossi avalia a medida como positiva, mas ressalta a ausência de debate sobre o tema.

— Vi com surpresa o movimento da MP. Gostei mais da Medida Provisória do que a maneira como ela foi feita. Acho que devia ser melhor discutida entre os clubes. É importante entender que é o tipo do tema que tem muita energia, mas a realidade é muito limitada. Hoje é o último dia que o Flamengo, por exemplo, vai ter uma transmissão fora da Globo. Já que o clube volta ao modelo contratado pela emissora. No Brasileiro 2020, apenas o Athletico e o Red Bull Bragantino poderão manter o modelo se a MP vingar no Congresso. Se não passar no Congresso, acabou – disse em entrevista ao ‘Canal Fabiano Bandeira’.

Assim como Colagrossi, o Botafogo também defende o amplo debate do tema. Em entrevista ao ‘Canal do Nicola’, Ricardo Rotenberg, vice comercial do Clube, apresentou a posição do Clube.

Pode ser interessante para os clubes, mas tem que ser discutida. Não pode ser levada para apenas um clube. Em geral, isso pode ser um fator multiplicador de receita para os clubes. Pode criar uma certa independência. A nossa posição é de criar um pool coletivo que discuta isso, que seja um coletivo. O Flamengo não propôs ao presidente (Jair) Bolsonaro pensando nos outros, mas somente nele. Nós vamos aos deputados, ao Rodrigo Maia, para propôr algumas mudanças para que a medida seja aperfeiçoada. Não queremos ter confronto com a Rede Globo, muito pelo contrário – pontuou Rotenberg.

Conheça a melhor linha retrô do Botafogo e ganhe 10% OFF com cupom FOGONAREDE

Negociação em bloco

Colagrossi salienta a importância de, uma vez aprovado no Congresso, o direito de transmissão ser negociado coletivamente pelos clubes, principais atores do processo.

— Não gostei da medida como foi feita. Se nós analisarmos as 10 ligas de esporte de maior sucesso do mundo, avaliando audiência, receita para os clubes, patrocínio… são as cinco ligas americanas e europeias. Todas essas ligas negociam os direitos de transmissão coletivamente. Os clubes, sejam de basquete ou de futebol, são sócios, colaboram fora do campo. E assim vendem os direitos coletivamente e arrecadam muito mais dinheiro. A única liga que optou pelo caminho de negociar individualmente foi a portuguesa. E foi um desastre. Se a história nos ensina algo, ela mostra que a negociação coletiva funciona e a individual não – afirma.

Leia mais: Diretor do Ibope revela meta inicial da Botafogo S/A e valor garantido

Direitos transmissão Botafogo
Direitos de transmissão: Botafogo debate mudanças. Foto: Editoria Arte

Importância da TV

Estudioso do tema, o diretor do Ibope não acredita na substituição da TV como principal difusora de conteúdo.

Nós vemos que todas as principais ligas do mundo privilegiam a TV aberta como principal meio de conteúdo. Só depois eles colocam TV paga, pay-per-view, streaming. A NFL, por exemplo, divide sua programação entre as cadeias norte-americanas de TV.

Leia mais: Ativista social e disciplinado: tradutor revela rotina de Honda no Botafogo

Em meio ao debate sobre direitos de transmissão, as TVs de clubes ganham ainda mais relevância. De acordo com Colagrossi, os canais das equipes na rede têm papel fundamental no processo.

Engajar torcida, crescer, aproximar torcida do patrocinador, criar ativações digitais. E, acima de tudo, permitir que o fã exerça sua paixão diariamente, 24 x 7. O mundo digital permite. A mídia social é um exercício da paixão. Essa é a função principal de qualquer TV de clube, ter o torcedor como protagonista. A Botafogo TV tem uma função ainda maior que a TV de todos os clubes, porque a torcida precisa ser alimentada de notícia boa. O DNA histórico do alvinegro é de muito ídolo. Esse legado, no entanto, não é promovido como deveria. O Clube tem pouco espaço. Fala-se menos do Botafogo. Portanto, o Clube tem obrigação de manter essa chama viva. Se a gente for depender da mídia tradicional para falar de Mendonça, Quarentinha, esquece.

Siga-nos no Twitter | Siga-nos no Instagram | Siga-nos no Facebook

Comentários

Sobre Diego Mesquita 1556 Artigos
Botafoguense, 36 anos. Formado em Jornalismo pela FACHA (RJ), trabalhou como assessor de imprensa do Botafogo F.R em 2010. Hoje, é setorista independente.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*