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Os conselheiros do Botafogo votam nesta quinta (12), às 19h30, em General Severiano, o projeto que transformará o clube em empresa a partir da temporada 2020: o Botafogo S/A. A drástica mudança é vista como a última chance de sobrevivência do Alvinegro. Por isso, em longo comunicado, o conselheiro Marcelo Guimarães, ex-candidato à presidência do Clube, antecipou seu voto.
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- Leia a íntegra do comunicado de Marcelo Guimarães:
- VOTO SIM AO BOTAFOGO S.A.
- Hoje vou na reunião do Conselho votar favoravelmente ao projeto do Botafogo SA. Detalhe: sem conhece-lo. Claro que tenho uma compreensão superficial do que se trata, mas vou conhece-lo com alguma profundidade hoje e já antecipo o meu voto: SIM. Talvez pela primeira vez na minha vida eu seja favorável a um projeto que não conheço. E antes que pareça irresponsabilidade ou adesismo, explico meu voto: não temos outra saída.
- Apenas um registro: formalmente, depois da fusão de 42, o futebol voltará a se separar do Remo. Para nós torcedores, que vimos nosso time quase cair, com exibições abaixo da crítica durante esse último ano, isso realmente não tem importância. Mas para a história sim.
- E o que aconteceu para que esse fosse o único caminho a seguir? É simples e complexo ao mesmo tempo. Desde sua fundação, com raras, frágeis, temporárias e insuficientes exceções, os dirigentes do Botafogo adotam o mesmo modelo. Baseado em políticos, seus apadrinhados e compadres com plenos poderes e dedicação parcial, amparados por estatutos arcaicos, chefiando poucos profissionais, desvalorizados, desprestigiados, subordinados a gente que em sua grande maioria, nunca havia exercido a função para a qual foi escalado.
- Quando decidi entrar na política do clube, depois de demitido da função profissional de Diretor de Marketing, com a justificativa de que “estava aparecendo muito e quem deveria aparecer eram os não remunerados”, decidi vir na política, exatamente para tentar inverter esse jogo, mas fracassei.
- Todos são testemunhas de que já em minha primeira candidatura a presidência, na campanha em 2013, começamos uma pregação intransigente pela profissionalização. Minhas referências eram o Real Madrid e o Barcelona, os dois clubes com o maior valor de mercado em 2018 que adotam o modelo associativo, com altos executivos contratados. E as mudanças que propúnhamos eram objetivas.
- Mudando o perfil do ente político, que atuaria como facilitador e gestor das relações públicas e institucionais e com a contratação de um time de craques de mercado, sem apadrinhamento, via Head Hunter, com planejamento, metas e remuneração condicionada. Um CEO liderando executivos para as áreas de finanças, marketing, comercial, planejamento, gestão de pessoas, gente com currículo e network internacional e nós, políticos, formando um Conselho Executivo, enxuto, moderno, apoiando para que essa galera voasse e levasse nossa Estrela lá para cima.
- Mas não. Optaram pelo mesmo modelo de sempre. O navio com água em meio porão e os amadores, com se auto denominavam, bravateando no convés. Se acreditavam mesmo que esse modelo, tocado por amigos e compadres conseguiria reverter o grave processo histórico de decadência, foram profundamente incompetentes. Caso contrário, foram profundamente irresponsáveis. Mas agora já não temos mais tempo para pensar nisso.
- De qualquer modo, um misto de incompetência, equívoco, presunção, singela boa vontade, bravata, oportunismo e irresponsabilidade, tomou conta do nosso Botafogo. A exaltação do amadorismo como valor passou a ser tratado como virtude e o barco, encalhou.
- Agora é isso. Vamos lá hoje. Votar a favor e ver que todos aqueles que se ufanavam como amadores, porque amavam o clube mais do que “os outros”, finalmente compreenderam, a beira da tragédia, que amigo e compadre é pra ir ao jogo. Não para tocar um clube da grandeza do nosso Fogão! FORÇA MEU FOGÃO, FORÇA BOTAFOGO S.A.
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