Por unanimidade, o Conselho Deliberativo aprovou, nesta quinta (12), a implementação do modelo clube-empresa a partir desta temporada. O projeto é visto como a última chance de sobrevivência do Clube no cenário nacional. Entusiasta do projeto, Montenegro celebrou o marco histórico do clube com a Botafogo S/A.
— Um dia que vai mudar a história do Botafogo, em que o Conselho Deliberativo deu aval, com louvor, a todo o trabalho feito. Acho que agora passa a ser o pioneiro de clube-empresa no Brasil. Os clubes têm que sair com essa solução, até porque é o que acontece no mundo. A gente não tem que inventar. Era muito difícil continuar do jeito que estava. A gente ia ficar sempre disputando não cair para a Série B, evitar quedas. Com isso, a gente tem a chance de voltar a disputar todos os campeonatos. Estou muito feliz porque sei que hoje o Botafogo tem futuro.
Após a sessão, o dirigente do Alvinegro conversou com a imprensa e deu mais detalhes sobre o momento do Botafogo.
A queda de investimento na folha, de R$ 3 milhões para R$ 1 milhão, vai ser tratado como regra?
— Isso é um período de transição, porque a gente não tem ainda investidor. Então, a gente está com salários atrasados, fornecedores atrasados. A gente tem que botar o pé no chão. Não adianta gastar sem ter dinheiro. A gente espera que essa redução seja por um período curto. Assim que entrar investidor, aí volta ao normal. É aí que a gente volta a disputar campeonatos.
A redução é desta ordem mesmo?
— É em torno disso. A gente não está fazendo mágica. Acabou o contrato, liberou. Só essa liberação representa uma redução de 1 milhão e meio aproximadamente.
Paciência do torcedor
— O torcedor entende, sabe que a gente não tem como inventar. O torcedor não aguenta mais humilhação, com times fracos, não disputando campeonatos e sim torcendo pelos outros para não cair. Agora a gente tem que tentar abreviar o máximo possível essa transição. Agora além de trabalho, tem que dar sorte de encontrar os investidores para realmente a gente virar um clube-empresa.
Sentimento sobre redução de folha
— Sentimento triste. Ainda bem que está acontecendo no começo do ano. Campeonato estadual. É correr para ver se no Brasileiro a gente já melhora e recebe um oxigênio e possa disputar, mas eu sempre fui mais torcedor do que dirigente. Dirigente eu sou quebra galho, me chamam às vezes para ajudar.
O prazo de 3 a 5 meses para virar empresa é realista ou otimista?
— Realista.
O Botafogo vai ter que negociar jogadores ainda?
— O Botafogo sempre esteve aberto para negociar. Se aparecer qualquer proposta, nós vamos estudar. Não tem jogador inegociável.
Quais foram os critérios para contratar o Valdir Espinosa?
— Um ídolo do Botafogo. Já foi jogador, já foi técnico, gerente, diretor técnico. Todos botafoguenses gostam muito dele. Ele estava fora do mercado e resolveu vir ajudar. Vai ser importantíssimo nessa posição. O Botafogo deve muito a ele.
O Espinosa chega com prazo?
— Não, o Espinosa chega até a gente virar clube-empresa. Dependendo do trabalho, quem comprar pode continuar com ele ou não.
Leo Valencia está nos últimos dias no Botafogo?
— Leo Valencia tem mais 5 meses de contrato. Vamos conversar com ele para ver se ele procura a vida dele, um outro clube, é importante para gente o alívio na folha. É um jogador que a torcida, infelizmente, não gosta. Ele não se adaptou ao Botafogo. Cheio de altos e baixos. Acho que é melhor começar uma vida nova e ser sincero. A gente tem que pagar todas as obrigações que têm com ele e liberar. Vamos ver se ele aceita.
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