Em coletiva de imprensa após o empate sem gols entre Botafogo e Flamengo, o técnico Renato Paiva fez questão de destacar a presença da torcida alvinegra no Maracanã.
— Vou começar pelo mais importante. E o mais importante é a presença da nossa torcida num estádio difícil, num estádio mítico, jogando fora, num clássico, e às vezes até com as condições de segurança que estes clássicos têm… A coragem, o arrojo, a paixão de vir atrás da equipe e de se ouvirem durante 90 minutos, juntamente com a torcida do Flamengo, mas em alguns momentos nós ouvimos só a nossa torcida – iniciou Paiva.
— Jogar para eles é fantástico, preparar jogos para eles é fantástico, porque eles também correspondem. E hoje foram, de fato, uma ajuda fantástica em alguns momentos, como são no Nilton Santos. Então, uma palavra para eles, agradecimento a quem aqui esteve e uma palavra de abraço para quem não veio, quem esteve a sofrer em casa – concluiu.

O clássico deste domingo contou com mais de 50 mil torcedores. Como visitante no Maracanã, o Botafogo só teve direito a dois mil ingressos.
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Análise do jogo
— Controlamos melhor o jogo no segundo tempo e acho que tivemos a melhor chance da partida. Mas faltou aquele plus no último passe, na última decisão, às vezes até em superioridade numérica… Poderíamos ter aproveitado melhor os contra-ataques, definido melhor as jogadas. Dei parabéns aos jogadores pela partida que fizeram. Não é um campo fácil e nem um adversário fácil de se enfrentar. Eles representaram dignamente o atual campeão da Série A do Brasil. A melhor chance do jogo foi nossa, poderíamos ter feito o gol, mas entendo que o empate foi justo.
Intervalo
— Entendi que nós não tivemos tanta bola como deveríamos ter. A verdade é que quando chegamos à área do Flamengo quase sempre criamos perigo. Nós chegamos lá poucas vezes, mas definimos. Ao lado, por cima ou explodia em cima da defesa do Flamengo. Quando conseguimos ter bola, empurramos o Flamengo para trás, trabalhando a bola como gosto. !uando conseguimos isso, quase sempre terminamos. Pedi para reforçar a forma como o Flamengo estava pressionando o tiro de meta, eles começaram a perceber onde eram as saídas. Pedi que tivesse mais circulação e que baixasse as linhas quando o John tivesse a bola para dar mais linha de passe. Quando o Flamengo estava em bloco, ter uma circulação muito efetiva, para mover o bloco. Quando os dois atacante não vinham, íamos fora e dentro com os meias e virava para o lado contrário gerando superioridade. Acertei uma questão na defesa para não nos afundarmos tanto no lado esquerdo. Juntamos um pouco as linhas para evitar as bolas no Bruno Henrique e controlar os cruzamentos. Somos uma equipe que gosta de ter bola, mas não joga sozinha. Hoje tínhamos um grande adversário e foi um jogo dividido.
Desfalque de Artur
— Estou orgulhoso dos onze que jogaram e dos outros que entraram. Alguns jogaram alguns minutos, sei que é duro. Mas enalteci a força do grupo. Tem colegas lesionados, mas não vou chorar ausências, sempre terei outro para dar oportunidade. São grandes jogadores e eu tenho que encontrar soluções em cada problema. Agora foi o Artur. Vou relembrar o gesto de mostrar o meio dedo. Foi um gesto feio da minha parte. Não deveria ter feito para o meu colega, apesar de ele saber que era uma brincadeira, mas reforça que somos uma equipe técnica. Porque eu tinha razão de não tirar o Artur por que nos deu os três pontos. E ele t tinha razão que deveria tirar para não lesionar. Só que eu tenho que priorizar o clube, não posso botar nenhum jogador acima e entendi que era importante manter. Mas meu colega me disse que infelizmente tinha razão.
Três laterais em campo
— Três laterais é força das circunstâncias. Não havia opções. O Marçal já fez a zaga. Minha reticência não era por sua eficiência, mas pela sua altura. Mas pela experiência e por saber pisar o campo, me deu confiança de colocá-lo. Vai ser difícil jogaram os três. Mas quando as circunstâncias acontecessem, tenho que decidir rápido. Se calhasse de dar errado, eu seria crucificado.
Planejamento para Copa do Brasil
— Temos uma vantagem [contra o Capital-DF]. Não aceito que esteja fechado, se não nem iríamos. Temos que ir com responsabilidade pelo clube que defendemos. Vamos para ganhar. Evidente que o calendário obriga a poupar. Hoje o Gregore e o Marlon demonstraram dificuldade. O Jair a mesma coisa, o Igor. Estamos arriscando. Tem um momento que tem que gerir sabendo que tem uma final em casa. Vamos tentar recuperar alguns jogadores lesionados. Vamos tentar fazer uma rotação responsável.
Jogo contra Universidad de Chile
— Não sei se vou ter todos os jogadores, espero que sim. Esse detalhe vai ser decisivo. Vamos encontrar uma linha de cinco, talvez duas. Uma equipe que vai se defender como poder, sendo perigoso no contra-ataque. Vamos ter que fazer um jogo parecido com o do Estudiantes. Ser pressionante, atacar com critério e de diversas formas. Na perda, não dar hipóteses de darem três, quatro passes. Não estou contando nenhum segredo. Vamos ter que estar firmes na definição e no último passe. Vai ter muita gente na frente. Espero que a gente marque logo cedo. Não sei se os jogadores voltam, se não, serão os que jogaram hoje. É a força do grupo que nos move para os próximos jogos.
Cristiano Ronaldo no Botafogo?
— O Natal é só em dezembro. Mas se viesse, não pode dizer não a uma figura dessa. Não sei de nada. Estou respondendo à pergunta. Mas como digo, os treinadores sempre querem os melhores. O Ronaldo, mesmo com a idade que tem, continua a ser uma máquina de fazer gols. Numa equipe que gera oportunidades atrás de oportunidades seria bom. Mas essa pergunta precisa ser feita em outra língua.
O Botafogo volta a campo contra o Capital-DF, quinta, 22, às 21h30, no Estádio Mané Garrincha, pelo jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil.
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